São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 1994 |
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Futebol muda para atrair público na Copa
MARCELO DAMATO
Os Estados Unidos são o principal mercado-alvo da Fifa na atualidade (em seguida, vem o Japão). O país só foi escolhido como sede com o compromisso de implantar uma liga profissional em 1995. Acontece que os norte-americanos consideram o futebol monótono –entre outras coisas, porque os tempos são longos e os gols, escassos. Por isso, a Fifa decidiu tomar medidas que tornem o jogo mais emocionante e estudar outras para eventual aplicação futura. Outra meta da entidade que dirige o futebol em nível mundial é apagar a má imagem deixada pela Copa de 1990, na Itália. Nunca a média de gols (2,2 por jogo) foi tão alta e nunca houve tantas expulsões (12). Para estimular o jogo ofensivo, a Fifa decidiu que as vitórias na primeira fase vão valer três pontos –e não mais dois. Assim, será sempre mais vantagem ganhar um jogo e perder outro do que empatar os dois. Para combater a violência, a Fifa reeditou a fracassada campanha de "fair play" (jogo limpo) criada para a Copa da Itália. Desta vez, foi reforçada a orientação para que os juízes expulsem de campo quem cometer faltas violentas por trás. Eles receberam a determinação de preservar ao máximo o tempo de bola rolando e estimular o jogo ofensivo. Uma das decisões da Fifa é que os juízes, em casos duvidosos de impedimento, devem sempre beneficiar o atacante. Para tornar o futebol mais familiar ao público norte-americano, foi aumentado o número dos substitutos que podem ficar no banco de reservas, de cinco para 11. Nos esportes mais populares dos EUA, há muitos reservas na beira do campo ou da quadra e se permitem várias substituições. Nisso, o futebol mudou pouco. Continuam as mesmas duas por time. O que se criou foi uma exceção para que seja feita a terceira troca, mas apenas para entrara o goleiro reserva se o titular se machucar ou for expulso. Outra medida criada para atrair os torcedores é a colocação do nome dos jogadores nas costas das camisas e o número no peito. Esse hábito já existia na liga de futebol que existiu nos EUA nos anos 70. Ela é praxe em todos os esportes coletivos do país, como futebol americano, beisebol, basquete e hóquei sobre o gelo. Nesta Copa, estarão em prática pela primeira vez as mais importantes mudanças das regras dos últimos 20 anos. A proibição de que um goleiro pegue uma bola atrasada com os pés por um companheiro elevou o número de finalizações e de gols e reduziu a "cera". Esse é o nome em "futebolês" do artifício usado por um time para manter uma vantagem no placar. Texto Anterior: O circo da Copa vai passar Próximo Texto: CBF espera pelos EUA nas oitavas-de-final Índice |
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