São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 1994 |
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Time brasileiro ainda não convenceu a todos
ANDRÉ FONTENELLE
As dúvidas vêm, principalmente, do comportamento da defesa, que deixou a desejar nos amistosos de preparação. A expectativa vem do ataque. Poucas vezes um jogador concentrou tanta responsabilidade em torno de si quanto Romário. A ausência do atacante do Barcelona (Espanha) na maior parte das eliminatórias contribuiu para aumentar a aura em torno do jogador, enquanto a seleção sofria nos jogos fora de casa. Nunca o Brasil temeu tanto ser eliminado da Copa do Mundo. Após empatar com o Equador e perder para a Bolívia nos dois primeiros jogos, a situação era difícil. O time se recuperou em casa e acabou no primeiro lugar da chave. Romário foi convocado para o último jogo, contra o Uruguai, no Maracanã, e marcou os dois gols que garantiram a classificação. Uma vez classificada, a seleção se deparou com a dificuldade para se reunir e se preparar. Este ano, conseguiu realizar apenas seis amistosos, apenas um deles contra uma seleção de alto nível (Argentina, em março, em Recife). Além disso, o técnico Carlos Alberto Parreira não pôde contar nunca com o time completo. Romário não participou de nenhum jogo de preparação antes do embarque para os EUA. Romário não é, porém, o único enigma do Brasil. Os problemas começam no gol, onde, para muitos, deveria estar Zetti, do São Paulo, e não Taffarel, da Reggiana (Itália). O goleiro titular da Copa de 90 não voltou à sua melhor forma desde que foi barrado no Parma (Itália). Na defesa, o desempenho de Branco deixa a desejar, mas seu substituto, Leonardo, joga como meia no São Paulo e está desacostumado com a lateral. Raí, em má fase no Paris Saint-Germain (França), recebeu um voto de confiança de Parreira, mas ainda não correspondeu. Zinho também desperta dúvidas. Na frente, grande parte da imprensa critica a decisão de Parreira de escalar apenas dois atacantes, Bebeto e Romário. No entanto, este é o setor com menos problemas, devido à forma exuberante de Romário e à presença de bons reservas, Ronaldo, Viola e Muller. A primeira fase não deve ser problema para a seleção. A questão é saber se ela está pronta para enfrentar equipes bem armadas como a Colômbia, mais bem preparada para o Mundial. (AFt) Texto Anterior: Ir à Copa é um sofrimento; quanto mais longe melhor Próximo Texto: Rússia joga desfalcada e técnico faz mistério Índice |
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