São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 1994 |
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Basile não consegue preparar sua equipe
ANDRÉ FONTENELLE
O técnico Alfio Basile teve enorme dificuldade para preparar a Argentina para o Mundial. Assim como o Brasil, a Argentina tem muitos de seus bons jogadores atuando no exterior. Foi quase impossível arranjar datas para amistosos. O calendário apertado não foi o único motivo. O time se retirou da Copa Kirin, no Japão, em maio, porque os japoneses negaram o visto de entrada a Maradona, devido a seu envolvimento com drogas no passado. No Japão, enfrentaria o time da casa e a França. Nos amistosos que disputou, a Argentina perdeu para Brasil e Equador, empatou com Chile e derrotou Marrocos e Israel. É pouco para dar confiança. Basile também enfrentou problemas de disciplina. A decisão de boicotar a Copa Kirin foi tomada pelos jogadores sem consultá-lo. Na mesma semana, vários jogadores –entre eles Maradona, Batistuta e Ruggeri– passaram toda a noite de folga em uma discoteca de Buenos Aires. Na mesma noite, o meia Ariel Ortega, do River Plate, sofreu um acidente de carro quando dirigia em alta velocidade. Basile foi acusado de falta de autoridade por seus antecessores campeões do mundo, César Luís Menotti e Carlos Bilardo. Basile defendeu os jogadores. "Eles são seres humanos. Têm namoradas e esposas. Cada um usa seu tempo livre como acha melhor." O curioso é que, até as eliminatórias, a situação de Basile era tranquila. O time alcançou uma invencibilidade de 33 jogos. Foi bicampeão da Copa América (91 e 93) sem precisar de Maradona. Já não vinha jogando bem, no entanto. As derrotas para a Colômbia (1 a 2 e 0 a 5) nas eliminatórias da Copa trouxeram à tona os problemas. O meia Maradona foi chamado às pressas para salvar a seleção da eliminação, na repescagem contra a Austrália. Uma vitória apertada em casa, com um gol contra acidental, garantiu a ida aos EUA. Maradona estará presente na Copa. Claudio Caniggia, que ficou fora do futebol por 13 meses, suspenso por consumo de cocaína, também foi chamado. Além deles, os argentinos contam com o talento de Batistuta, comparado pelo estilo a Mario Kempes, artilheiro da Copa de 78. "Não tenho ídolos, mas sou parecido com ele", reconhece o atacante da Fiorentina (Itália). "Espero marcar tantos gols quanto ele em 78." Foram seis. (AFt) Texto Anterior: Dupla de ataque é a força do time búlgaro Próximo Texto: Grécia conta com a torcida dos imigrantes para vencer Índice |
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