São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 1994
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Polícia encontra dois mortos a tiros no Rio

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Mais dois corpos de pessoas mortas a tiros foram encontrados no Rio. A polícia investiga se os corpos têm ligação com a guerra de traficantes que deixou 13 mortos anteontem.
Os dois corpos foram encontrados ontem em dois carros Santana, abandonados nos bairros de Laranjeiras e Lagoa (zona sul).
As vítimas levaram vários tiros e não foram identificadas.
Os bairros de Laranjeiras e Lagoa ficam distantes da favela do Alemão, na zona norte, onde aconteceu a chacina.
O corpo que estava Santana Quantum XG 5509, abandonado na Lagoa, foi esquartejado. O carro foi roubado anteontem no Flamengo (zona sul).
O outro Santana, placas UL 2559, teria sido roubado no último dia 10, na área de Alcântara, em São Gonçalo (a 20 km do Rio).
A perícia não achou vestígios de drogas. Os mortos não usavam coldres (cintos para armas) como os corpos encontrados anteontem.
Entre os 13 mortos na chacina estava Orlando da Conceição, o "Orlando Jogador", 37, apontado como líder do tráfico na região de Bonsucesso (zona norte).
Jogador e seus 11 homens mortos na chacina foram enterrados ontem à tarde, no cemitério de Inhaúma (zona norte).
Ontem, a polícia encontrou um sobrevivente da chacina. C.L.S., 31, foi encontrado baleado na perna esquerda, no Morro do Alemão. C.L.S. está preso.
O sobrevivente deu depoimentos contraditórios sobre o caso na 23ª Delegacia Policial, no Méier, e na Delegacia de Roubos e Furtos contra Bancos.
Na DP do Méier, segundo a polícia, C.L.S. teria confirmado a hipótese de que a chacina seria uma cilada preparada pelo traficante, Ernaldo Pinto, o "Uê".
No depoimento, C.L.S. afirmou ser do grupo de Orlando Jogador. C.L.S. disse que os traficantes teriam se desentendido porque Uê não teria concordado com o preço do aluguel de armas de Jogador.
A polícia acredita que as armas foram utilizadas por Uê no assalto à agência do Banco do Brasil na Tijuca, dois dias antes da chacina. Foram roubados CR$ 60 milhões.
No segundo depoimento, C.L.S. negou tudo. Disse ser pintor de paredes e afirmou que conhecia Jogador só por fotografias de jornal.

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