São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 1994 |
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Bactéria em PE matou 7 nos últimos dez anos
FÁBIO GUIBU
A informação é do chefe de cirurgia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Estado, Edmundo Ferraz, 53. Segundo ele, das 15 vítimas, sete morreram. Ferraz descarta o risco de uma epidemia. Segundo ele, a infecção ocorre em situações especiais. Os ataques, disse o médico, concentram-se em pacientes recém-operados e em diabéticos não-tratados. "Eles contraem a doença de si mesmos, num processo conhecido por infecção endógena", afirmou. Quando se manifesta, disse ele, a bactéria pode matar em períodos que variam de 12 a 24 horas. O microorganismo (estreptocococo beta-hemolítico do grupo A) produz uma toxina que destrói o revestimento dos músculos, vasos sanguíneos, gordura e pele. O local afetado sofre necrose (morte do tecido ou órgão) e precisa ser retirado cirurgicamente, disse Ferraz. O médico, que já foi consultor da Organização Mundial de Saúde (OMS) na Alemanha, diz que não se sabe o que torna a bactéria "ativa e agressiva". Em 50% dos casos de que tratou, ele afirma que a ação do estreptococo foi diagnosticada pelos sintomas. No restante, disse, a presença da bactéria foi confirmada através de testes em laboratório. Um desses casos é o de um advogado e fiscal da Delegacia Regional do Trabalho, S.P.X.J., 52. Ele foi vítima da bactéria há dois anos e sobreviveu. Segundo o médico, o paciente tinha sido operado da vesícula e 24 horas depois apresentou os sintomas da infecção. O advogado foi operado sete vezes e ficou três meses sem trabalhar. O tratamento dos doentes, disse Ferraz, consiste na retirada da parte necrosada, uso de câmaras de oxigenação e de antibióticos. O índice de mortalidade é alto e pode chegar a 60% mesmo em situações de atendimento rápido, segundo o médico. Texto Anterior: Morre ex-fotógrafo fa Folha Próximo Texto: Meningite e cólera mataram 11 no Estado Índice |
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