São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 1994
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Cuidados minimizam fadiga em vôos longos

ELENI KRONKA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Viagens internacionais são um símbolo de lazer e status aos olhos de muita gente. Não para as pessoas que, por motivos profissionais, são obrigados a cruzar os céus em longos percursos e vários fusos horários.
Atletas, políticos e principalmente empresários já incluíram em seus vocabulários a expressão inglesa "jet lag".
Ela designa o estresse físico e psicológico que qualquer mortal sente depois de passar muitas horas, imóvel, dentro de um avião.
Este mal, próprio de nossos dias, pode ser previnido e minimizado, segundo profissionais da área médica.
Renato Lotufo, especialista em mediicina esportiva e professor da Escola Paulista de Medicina da USP, atribui o problema a alterações no ciclo circadiano que, entre outras funções, comanda o sono das pessoas.
Segundo Lotufo, o uso de vitamina C, E e betacaroteno antes da viagem, além de alguns metais, ajuda a reduzir o cansaço.
"Aminoácidos como a isoleocina, leocina e valina, importados e disponíveis no mercado, contribuem muito para atenuar a fadiga do sistema nervoso", afirma.
Quanto às diferenças de horários, Lotufo propõe duas saídas. A primeira é chegar ao destino e seguir o ritmo local. A outra é começar a corrigir a diferença de fuso horário ainda no Brasil.
"Greice Kerche, campeã mundial de aeróbica, por exemplo, antes de sair para o Japão mudou seu horário de sono, atrasando-o duas horas a cada dia. Quando chegou lá estava em plena forma, o que é fundamental para uma atleta", diz.
Aos que optam pelo uso de soníferos, Lantufo recomenda o acompanhamento médico.
Maria das Graças de Oliveira, residente de psiquiatria do hospital São Paulo, dá sugestões práticas para afastar o estresse.
"A tensão é inevitável numa viagem de negócios, quando muitas coisas estão em jogo", diz.
Ela comenta que o importante é programar tudo com antecedência e, se possível, chegar dois dias antes do início das atividades.
Para os que vêem viagens de negócios como pura rotina, a solução é achar algo de agradável para fazer assim que o dever termina.
"Os atrativos podem ser museus, parques, teatros. Com o tempo, essas formas de diversão acabam gerando disposições favoráveis em quem viaja por obrigação", conclui a psiquiatra.

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