São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
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Para militares, URV agravou perdas salariais

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Erramos: 19/08/94

Está errada a informação de que os militares teriam tido perda de 230% no soldo em relação a março de 90, publicada nesta reportagem. A perda do valor do soldo foi de 70%. Para militares, URV agravou perdas salariais
Os ministros militares estão preocupados com a implantação do real em 1º de julho. As Forças Armadas consideram que os preços vão ser convertidos pelo pico enquanto os salários tiveram o valor fixado pela média.
Reservadamente, os militares consideram que a conversão dos salários em URV agravou ainda mais as perdas acumuladas desde março de 90.
O ministro do Exército, Zenildo de Lucena, entregou documento ao presidente Itamar Franco na última semana mostrando que os militares teriam tido perda de 230% no valor do soldo comparado com março de 90.
Os órgãos de inteligência do Exército, Marinha e Aeronáutica realizam levantamento sobre os militares que estão executando serviços fora da caserna para complementar a renda familiar.
Essa atividade é proibida pelo estatuto militar, mas os comandantes estão tolerando a prática sob a alegação de que os vencimentos da tropa estão baixos.
Capitães que trabalham como motorista de táxi, mecânicos e na área de informática são os exemplos citados no documento entregue ao presidente.
A Folha apurou também que existem oficiais do Exército trabalhando como camelô no Rio de Janeiro e, em Brasília, mulheres de coronel vendendo marmitas.
O relacionamento dos ministros militares com a equipe da Fazenda está difícil desde as negociações em torno da isonomia salarial.
Os militares acusam o secretário do Tesouro Nacional, Murilo Portugal, de má vontande com o setor.
Comenta-se que Portugal resiste ao reajuste porque está interessado na implantação do "cisetão" –órgão de controle interno dos gastos dos ministérios ligado ao TCU (Tribunal de Contas da União).

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