São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
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Pesquisa mostra que preços ainda devem subir

DA REDAÇÃO

Os preços ainda vão subir razoavelmente até a entrada do real, em 1º de julho. Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha, 26% dos empresários e executivos de empresas com mais de 100 funcionários no país acreditam que haverá "muito realinhamento" nas etiquetas das mercadorias.
A julgar pela experiência vivida após a introdução da URV, o "realinhamento" de preços significa simplesmente aumentos na maior parte dos casos.
A maioria relativa dos entrevistados (36%) espera que isto ocorra localizadamente –com "alguns realinhamentos". Somados, os que esperam que os preços se movam com muita ou média intensidade atingem 65% dos entrevistados.
Para quase um terço dos empresários (32%), os preços já atingiram seu patamar ideal.
A esmagadora maioria dos executivos e dirigentes de empresas, entretanto, aprova o Plano Real. 90% deles disseram que as medidas econômicas nele incluídas são boas para o país. Apenas 2% as consideraram ruins.
O apoio ao plano independe do setor de atividades. Ele é igualmente alto na indústria de transformação (91%), no comércio (93%), na agropecuária (92%) e em serviços (86%). Independe também do porte das empresas. Nas com 100 a 200 funcionários, 93% julgam favoravelmente o programa de estabilização. Este percentual cai para 89% nas firmas com mais de 200 empregados.
O apoio se transforma em otimismo quando os entrevistados fazem suas previsões para a taxa da inflação no primeiro mês do real.
Entre eles, 15% simplesmente crêem que não haverá inflação e 56% estimaram que ela não passa dos 5%. Taxas de 5% a 10% foi a aposta feita por 13% dos empresários. Apenas 10% acreditam em taxas acima dos dois dígitos.
O prestígio do real não significa, porém, uma boa avaliação do presidente Itamar. Apenas 12% consideram seu governo ótimo. 48% acreditam que ele é regular e 38% que é ruim ou péssimo.
Os entrevistados opinam que, para que o plano dê certo e a inflação não volte aos dois dígitos, seria necessário a contenção dos gastos públicos (47%), reforma tributária (14%), controle ou fiscalização de preços (12%) e privatização das estatais (10%).

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