São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fundos dos EUA têm rombo de US$ 55 bi

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O rombo dos fundos de pensão nos EUA está perto de US$ 55 bilhões e é uma das principais preocupações do governo em termos de possível aumento do seu déficit.
Embora sua obrigação legal seja apenas com salários mais baixos, o governo dificilmente deixaria qualquer dos 1,2 milhão de aposentados na mão caso os fundos a que eles estão associados deixem de pagar as suas pensões.
O secretário do Trabalho, Robert Reich, acha que ainda é possível tomar medidas para impedir que se repita o problema dos sucessivos estouros de cadernetas de poupança registrado nos anos 80. Ele quer obrigar as empresas a apresentarem planos de recomposição dos fundos e informarem a seus segurados qual é a exata situação financeira dos planos.
Reich propõe que as empresas aumentem o prêmio que pagam ao governo pela garantia que ele dá aos aposentados de renda baixa.
Pela lei em vigor, o governo garante pensões de até US$ 30.681 anuais. Mas também a agência encarregada dessa garantia, a Pension benefit Guaranty, está com um rombo de US$ 2,7 bilhões.
Cerca de dois terços do rombo nos fundos se concentram nas empresas siderúrgicas, automobilísticas, aéreas e de pneus. O maior é o da General Motors, que chegou a US$ 24 milhões.
Este mês, a GM anunciou que, devido aos bons resultados do primeiro trimestre, estava depositando US$ 10 bilhões (US$ 4 bilhões em dinheiro vivo e o resto em ações) em seu fundo de pensão. Ela também negocia a venda de uma das suas mais lucrativas subsidiárias, a EDS, da área de informática para tentar fechar o rombo.
A maioria das empresas que têm rombos em seus fundos de pensão estão em situação financeira considerada saudável e, por isso, não constituam grande risco de quebra a curto ou médio prazo.
Economistas e autoridades se preocupam com o fato de que, na virada do século, o pagamento de benefícios irá crescer de maneira dramática porque os "baby-boomers" (pessoas nascidas logo após a Segunda Guerra Mundial) estarão começando a se aposentar.
Os fundos de pensão privados com rombos têm ativos de cerca de US$ 240 bilhões. O buraco dobrou desde 1987.

Texto Anterior: Taxa de juro divide equipe
Próximo Texto: Clinton propõe subsídio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.