São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994 |
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Dívida estadual faz poupança subir
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
Somente esta diferença para mais, na média, até o dia 16 de junho, é equivalente a uma taxa de juro anual de 1,7%. Na transição para a nova moeda o Banco Central (BC) alterou a fórmula de cálculo da TR. Ela passou a ser baseada na taxa de juros praticada no mercado interbancário (CDI), descontado um redutor de 1,2%. O BC optou por fazer o cálculo por amostragem. Estabeleceu uma lista de 30 instituições (dez delas estatais ou estaduais) –as maiores por depósitos a prazo nos balanços de 1993. Destas, entram no cálculo da TR diária as 20 instituições com o maior volume de negócios. Na prática, a amostragem do BC acabou dando um peso maior para os bancos estaduais e estatais do que eles têm no mercado. Acontece que, e não é de hoje, estes bancos pagam um juro maior para obter recursos no CDI. Mas há agravantes na fase de transição. Em primeiro lugar, a nova regra gerou um movimento de migração dos CDBs para os fundos de aplicação e, especialmente, para as cadernetas de poupança. Os bancos estaduais financiavam dia-a-dia a dívida de seus respectivos Estados captando recursos em CDBs e no próprio CDI. A saída de recursos, porém, obrigou os bancos estaduais a captar mais recursos no CDI. É como um círculo vicioso. A nova TR gerou o movimento de migração e acaba ficando maior do que se esperava justamente por causa dele. Além disso, como não está resolvida a forma de financiamento das dívidas dos Estados depois do real, os bancos privados estão cobrando um preço a mais para emprestar recursos aos estaduais, que varia de 0,25 ponto percentual a 0,60 ponto percentual. Resultado: sem qualquer exceção, todos os dias, a TR ficou acima do CDI na Cetip (o computador que registra as operações realizadas com títulos privados). Consultada sobre a diferença, a diretoria de Normas do BC informou que a estava acompanhando. O BC disse ainda que só mudaria a amostragem em duas hipóteses: falta ou incorreção dos dados. E concluiu: não parece ser o caso. LEIA MAIS sobre a TR na pág. 2-x Próximo Texto: Quem sai; Quem entra; Quem convoca; Juros diversificados; Sem explosão; Problema básico; Vendas minguadas; Devagar e sempre; Novos investimentos; Processando a troca; Sem conselho Índice |
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