São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
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Carter viaja desinformado

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A semana terminou com mais uma grande confusão do governo Clinton em política externa, desta vez na crise norte-coreana.
A Casa Branca negou que tenha planos de suspender sua ameaça de sanções econômicas, ao contrário do que o ex-presidente Jimmy Carter parece ter sugerido ao presidente Kim Il Sung.
A indecisão de Clinton criou um vácuo que Carter ocupou com sua viagem a Pyongyang esta semana.
Carter não viajou como emissário de Clinton. Ainda assim, ele deveria ter sido informado pelo governo para evitar constrangimentos.
A cúpula do Departamento de Estado hoje é formada por veteranos da administração Carter, a começar por Warren Cristopher.
Era de se esperar alguma sintonia entre ela e seu mentor. Mas os indícios são de que Carter viajou à Coréia sem suficiente informação sobre os planos de Clinton.
O assessor de segurança nacional de Clinton, Anthony Lake, disse que autoridades do governo falaram com Carter na quinta-feira, mas nenhum arranjo havia sido feito para um novo contato na sexta.
A revelação mostra que além de não ter informado bem o ex-presidente, a Casa Branca não demonstrou interesse em receber informações dele após sua segunda conversa com Kim Il Sung.
O episódio é emblemático do tipo de política externa exercitada pelo governo Clinton e ajuda a explicar por que ela é tão mal avaliada. (CELS)

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