São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
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Descubra o bar de seus sonhos

DAVID DREW ZINGG

Bebi, pensei e repensei nos melhores e piores bares que Sampa oferece. O resultado é que, se você escanear o fígado do velho bebedor Dave, só vai encontrar células mortas. O que para você, Joãozinho, quer dizer cirrose. Mas, para os leitores, vale tudo.
O roteiro a seguir traz os cem melhores lugares para você molhar sua garganta em São Paulo. Um bar bom mesmo é uma coisa de rara beleza, mas difícil de encontrar. Para reconhecer um bom bar faça o teste:
–Barman para cliente: "Telefone para você. Você está aqui?"
–Cliente para barman: "Deixe eu pensar. Posso te dizer num minuto?"
–Barman para cliente: "Lógico, se eu estiver aqui."
Outro jeito de reconhecer um bom bar é checando a relação de coquetéis. Se a maioria tiver como base sorvete misturado com sucos de frutas que você nunca ouviu falar, nem use a saída, simplesmente fuja. Certa vez, uma amiga pediu um desses intragáveis coquetéis no meu bar favorito e o dono ficou vermelho de raiva. "Que %&*!# você acha que é este bar?", ele respondeu. "A %&*!# da Swensens?"
Os meus bares de sonho em Sampa são o Supremo, por ser a casa-fora-de-casa, e o Trianon, no Maksoud Plaza Hotel, onde vou quando estou com o bolso recheado.
Se você acha que a cultura dos bares não é coisa séria, pare de ler esta coluna e peça um daiquiri de banana com kiwi. Agora, se você sabe como é importante um bom bar para salvar o Brasil e o resto do mundo, continue lendo, amigo, continue.

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