São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994 |
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Audi S2 concentra tecnologia e segurança
EDUARDO VIOTTI
Tantos detalhes custam caro: a versão esportiva do Audi 80 chega por mais de US$ 83 mil ao Brasil. O compacto sedã de quatro portas (4,5 metros, o mesmo que um Santana, por exemplo) tem o design conservador do Audi 80, com decoração esportiva atraente. As rodas de liga de alumínio com 16 polegadas de diâmetro impressionam pelo visual agressivo. O carro usa pneus de perfil 55, baixos demais para o sacrifício imposto pelos buracos nacionais, mas capazes de proporcionar grande estabilidade ao modelo. Estabilidade, aliás, é um de seus pontos altos. A versão esportiva tem tração constante nas quatro rodas, tradição da marca alemã desde o Audi Quattro de 1980. Além da tração integral, o conjunto de suspensões também favorece o desempenho impecável do modelo em curvas. Rígidas o suficiente para conferir ao modelo o caráter esportivo, ainda assim permitem baixo nível de ruído e vibrações na cabine. A dirigibilidade do modelo é típica de carros equipados com turbo (compressor que eleva significativamente a potência do motor). Fraco em baixas rotações por minuto (rpm), o Audi S2 fica extremamente agressivo a partir de 3.500 rpm. O motor de cinco cilindros em linha e 2.226 cc revela seus 232 cv ao atingir 5.900 rpm. O motor do S2 tem um dispositivo denominado "overboost", que acrescenta 30 cv adicionais ao motor, por 15 segundos, quando o acelerador é pressionado ao fundo. O sistema garante ultrapassagens fáceis e seguras. Segundo a fábrica, o modelo acelera até os 100 km/h, partindo da imobilidade, em 6,1 segundos, marca mais que respeitável. A velocidade máxima de grande parte dos carros alemães (caso também de BMW e Mercedes- Benz) é limitada eletrônicamente a 250 km/h, em acordo informal por razões de segurança. Caso do S2. Para quem não está habituado a motores turbinados, o Audi S2 pode ser decepcionante, especialmente em uso urbano. Em baixas rotações, falta força. A dirigibilidade é também perturbada por dois detalhes: como todo carro alemão, o Audi tem o volante de direção grande, embora de comando rápido e preciso. O outro problema são os engates do câmbio manual esportivo de seis marchas. Muito justos e "afinados", chegam a ser duros, o que pode aborrecer um motorista menos radicalmente esportivo. Na estrada, permite desempenho superior e muita segurança, outra de suas características positivas. Equipado com freios eletrônicos que nunca travam (ABS) nos discos das quatro rodas, o S2 pára sem desvios em espaços curtos. O modelo traz ainda airbag (almofada que se infla em caso de colisão) diante de motorista e passageiro e o sistema Proconten, que recolhe a barra de direção e desvia o motor para baixo do carro em um impacto frontal. O acabamento é bom, com caráter esportivo e não luxuoso. A novidade são os detalhes em resina de fibra de carbono sobre tecido. Brilhante, mas de bom gosto. Os bancos dianteiros têm regulagens elétricas e permitem excelente posição para dirigir. Qualquer motorista encontra postura no banco do Audi S2. Atrás o espaço também é amplo. Próximo Texto: Real muda pouco o mercado de carros Índice |
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