São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
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Real muda pouco o mercado de carros

CARLOS PEREIRA DE SOUZA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quem não conseguir antecipar a compra de seu veículo nestas duas últimas semanas do mês de junho, não precisa se desesperar.
Segundo os principais revendedores do país, o mercado automobilístico não deverá sofrer profundas alterações com a entrada em vigência, no dia 1º de julho, da nova moeda brasileira, o real.
A corrida às lojas acentuou-se nos últimos dias. Os consumidores tentam aproveitar descontos existentes nos modelos mais caros.
"O mercado deverá se normalizar com o real", prevê Mauri Missaglia, 48, presidente da Abrac (Associação Brasileira dos Distribuidores Chevrolet).
"Os preços dos carros não terão mais oscilações e, além disso, as linhas de financiamento serão mais atraentes, com juros menores".
Explosão de consumo nas vendas também não deve acontecer, na opinião de Sérgio Reze, 58, presidente da Fenabrave (Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores).
"Tivemos este ano um crescimento de 33% nas vendas, no período de janeiro a maio, em comparação com igual período de 1993. O importante é que esse crescimento seja gradativo, sem atropelos", afirma ele.
Recorde
Segundo seus cálculos, se houver um crescimento de 2% nas vendas neste mês, o mercado registrará um novo recorde, o de melhor semestre de toda a história da indústria automobilística, com 700 mil unidades vendidas.
"Esperamos que as pessoas deixem em definitivo o mercado financeiro e voltem a consumir. Com isso a tendência é haver aumento nas vendas de carros", aposta Paulo Aquino, 45, diretor da Checar, revendedora Chevrolet.
Para João Claudio Pentagna Guimarães, 39, presidente da Assobrav (Associação Brasileira dos Distribuidores Volkswagen), "os descontos cairão bastante, situando-se na faixa de 4% em média. Pelo menos em tese, deveremos ter inflação bem reduzida".
Vitorio Rossi Junior, diretor comercial da Primo Rossi, revenda VW, não acredita que os juros dos financiamentos fiquem atraentes.
"As taxas devem ficar entre 6% a 8% ao mês, muito elevadas se realmente a inflação cair", afirma.

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