São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994
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Quórum baixo livra mais dois da cassação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mais dois dos 18 parlamentares acusados pela CPI do Orçamento foram inocentados ontem. Ambos tiveram mais votos pela cassação do que pela absolvição, mas o número de presentes era pequeno.
No Senado, 63 dos 81 senadores registraram presença na sessão que julgou Ronaldo Aragão (PMDB-RO), mas apenas 56 votaram.
O placar registrou 28 votos pela cassação, 19 pela absolvição e 9 abstenções. Para a cassação eram necessários 41 votos. Comissão especial do Senado havia recomendado a cassação.
Na Câmara votaram 372 dos 503 deputados, o que facilitou a situação de Ézio Ferreira (PFL-AM).
O placar foi de 179 votos pela cassação, 175 pela absolvição, 5 em branco e 13 abstenções. Eram necessários 252 votos para a cassação.
Lista negada
O presidente do Senado, Humberto Lucena (PMDB-PB), se negou a fornecer a lista dos senadores que registraram presença mas não estavam no plenário no momento da votação.
Ele argumentou que a sessão era secreta. O resultado do julgamento foi divulgado por senadores presentes à sessão.
Os candidatos a vice-presidente José Paulo Bisol (Lula), Darcy Ribeiro (Brizola) e Guilherme Palmeira (Fernando Henrique Cardoso) não votaram.
Bisol, que foi presidente da Subcomissão de Patrimônio da CPI, chegou ao Senado após a votação. Palmeira foi ao seu gabinete e, quando voltou, a votação havia terminado.
O senador Jarbas Passarinho (PPR-PA), que presidiu a CPI do Orçamento, também chegou atrasado e não votou.
Ézio
Ézio Ferriera disse que estava "feliz" e não descartou a hipótese de concorrer à reeleição. "O Amazonas não pegou nada contra mim, me conhece. Eu já tinha patrimônio, não precisava de dinheiro do Orçamento".
A acusação contra Ézio Ferreira se baseava na alta movimentação bancária –US$ 14 milhões em quatro anos– e em cheques de empreiteiras encontrados em sua conta.
FHC
O candidato à Presidência pelo PSDB, senador Fernando Henrique Cardoso (SP), declarou ontem que não volta mais ao Senado. "Isso aqui não tem mais sentido", afirmou.
FHC, como a maioria dos candidatos, não se licenciou para fazer sua campanha. O candidato cumpre seu mandato de senador até o final deste ano.
Cardoso diz que vai pedir hoje suspensão de seus vencimentos no Senado. Ele afirma que só comparecerá ao Senado quando for "estritamente necessário".

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