São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994 |
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Diretores depõem hoje nos EUA
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
A empresa é acusada de ter produzido no Brasil –através da indústria Souza Cruz, sua associada– fumo com incidência de nicotina em nível duas vezes maior do que o encontrado na natureza. A acusação foi feita anteontem por David Kessler, diretor da Food and Drug Administration, agência do governo dos EUA. Há dois meses, ele havia feito essa acusação ao Congresso. As mais importantes indústrias de tabaco do país rechaçaram as afirmações de Kessler. Ontem, a FDA reafirmou à Folha que uma patente para a produção do fumo "supernicotizado", chamado de Y-1, foi concedida pelo governo brasileiro à Brown & Williamson. Pelo menos 1,8 milhão de quilos de fumo Y-1 foram exportados pela Souza Cruz para os EUA, segundo a FDA. Essa é a quantidade desse tipo de tabaco que a agência norte-americana diz estar estocada em armazéns da Brown & Williamson nos EUA. No Congresso dos EUA tramitam diversos projetos de lei sobre tabaco, inclusive um que proíbe fabricação, venda e consumo de produtos com fumo. Kessler disse ontem que é contra a proibição mas é a favor da classificação do cigarro como droga e à submissão do processo de sua prodção e comercialização à agência liderada por ele. Um dos pontos que Kessler quer atacar é a publicidade de cigarros dirigida a adolescentes. Embora o total de fumantes jovens nos EUA estivesse em queda constante desde 1983, no ano passado foi registrada uma subida nesse número. Segundo as mais recentes estatísticas disponíveis, 19% dos adolescentes norte-americanos fumam. Texto Anterior: Lei permite processar empresa Próximo Texto: 32% da população adulta é fumante Índice |
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