São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994 |
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Nigéria, 'brilhante', entusiasma Parreira
MÁRIO MAGALHÃES
Ontem de manhã Parreira analisou os primeiros dias da competição em entrevista à Folha. Folha - Que seleção o impressionou nos cinco primeiros dias da Copa do Mundo? Carlos Alberto Parreira - A Nigéria me deixou ótima impressão. Não sei se a Bulgária foi lenta, mas os nigerianos pareceram muito velozes e técnicos. Além disso, mostraram grande aplicação tática, marcando muito bem. Folha - Até quando a Nigéria pode sobreviver no Mundial? Parreira - Chega um determinado momento em que a coisa pesa. Quem for jogar com a Nigéria daqui para a frente a verá com outros olhos. Aliás, a próxima partida é com a Argentina. Folha - A tradição tem alguma influência num confronto como este? Parreira - Acho que a experiência é importante. E agora a Nigéria não é mais desconhecida, não é surpresa, devido à sua vitória brilhante e impressionante. Folha - A Bulgária chegou à Copa com um ataque que alguns consideravam dos melhores do mundo. A derrota para a Bulgária frustrou o senhor? Parreira - Sim, fiquei frustrado. Stoichkov e outros jogadores não foram bem. É incrível a síndrome da Bulgária, que não consegue vencer em Mundiais. Folha - O que lhe pareceu até agora a Alemanha, campeã mundial, que venceu a Bolívia por 1 a 0 e empatou com a Espanha em 1 a 1? Parreira - Ela mostrou aplicação tática, sem ser brilhante. O meio-de-campo com Hassler, Effenberg e Sammer não mostrou qualidades de campeão do mundo. Mas a motivação da Alemanha vai crescer na hora certa. Para chegar à final vai ter que jogar muito mais do que até aqui. Folha - O senhor previa dificuldades defensivas para a Colômbia. Elas se confirmaram? Parreira - Claro. Durante a semana anterior à nossa estréia eu alertei para o perigo dos contra-ataques. Foi assim que a Colômbia perdeu para a Romênia. Ficou em cima, o adversário se encolheu e contra-atacou. Faltou equilíbrio aos colombianos para evitar os contragolpes. Folha - A Romênia pode ir longe na competição? Parreira - Sim, mas vai ter que sair mais um pouco, não pode jogar esperando atrás como contra a Colômbia. Então pode enfrentar mais dificuldades. Folha - A derrota da Itália para a Irlanda por 1 a 0 o surpreendeu? Parreira - Eles tiveram o mesmo problema do Brasil contra o Canadá, no amistoso do início do mês. Faltou ritmo para enfrentar uma marcação implacável. A Irlanda não deixa jogar. Ela enerva e desarruma o adversário. A bola nunca pára no chão, está quase sempre no alto, embora esteja tocando mais a bola. É um adversário muito difícil. Texto Anterior: Público de TV cresce até 10 vezes com a Copa Próximo Texto: Técnico vê destaques em 6 times Índice |
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