São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994
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Templo deve abrigar todos os budistas, diz Rinpoche

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"Boro Budur é um lugar vital", disse o lama Gangchen Rinpoche, 56, quando esteve no Brasil para falar de autocura, pregar a paz e recomendar a "energia forte" que emana do maior, e mais impressionante templo budista.
Rinpoche integra a linhagem dos monges budistas que trabalham com a cura, estuda a interação entre as ciências médicas e é o diretor espiritual da Lama Gangchen World Peace Foundation, sediada em Milão, na Itália.
O lama esteve em março em São Paulo, seguindo para Santiago, no Chile. Enfatizou que é necessário lutar para que, ao lado da preservação do patrimônio arquitetônico –o templo e o parque no qual se situa, na ilha de Java, Indonésia, está na relação da Unesco sobre os bens culturais da humanidade–, Boro Budur seja redestinado aos budistas de todo o mundo.
Como a Indonésia é um país predominantemente muçulmano, o templo do século 8.º virou uma atração turística e faltam condições mínimas para o exercício religioso. "Como não existe budismo no país (apenas 1% da população), não existe também uma verdadeira estrutura para os praticantes, nenhum lugar para as oferendas e mesmo alojamentos adequados", disse Rinpoche.
Boro Budur foi erguido por três gerações de artesãos comandadas por indianos, abandonado em seguida à invasão islâmica do século 16 e somente descoberto em 1814, por arqueólogos holandeses e britânicos.
Espécie de síntese do budismo, Boro Budur se compõe de seis terraços quadrados escalonados e mais três circulares. Ostenta centenas de estátuas de Buda.
Foi restaurado com recursos da Unesco e reaberto em 1983. Mas é necessário, destacou Rinpoche, restaurar também seu papel religioso, a exemplo de mosteiros como o de Sera, um dos três maiores do Tibete. (FMe)

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