São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994
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Titicaca é mais alto lago navegável do mundo

CARLOS KAUFFMANN
DO ENVIADO ESPECIAL À BOLÍVIA

A planície elevada que se espreme entre as cordilheiras Real e Ocidental dos Andes (o altiplano) se parece com a Bolívia atual. É porque é uma bacia hidrográfica fechada, sem saída para o mar.
Nesse contexto surgem o Titicaca, o mais alto lago navegável do mundo, e o Poopó, mais ao sul. Em épocas remotas, o nível de suas águas foi centenas de metros mais alto que o de hoje.
Apesar de levemente salgada, a água do Titicaca é potável. Com a elevação dos Andes, milhões de anos atrás, uma porção das águas oceânicas foi capturada no que hoje é o altiplano.
As civilizações pré-colombianas do altiplano dependeram diretamente desses lagos. Mudanças ocorridas no clima causaram inundações ou secas que podem justificar o fim de Tiahuanaco.
Vários estudiosos sustentam que, sob o atual nível de água do Titicaca, há vestígios de aldeias e templos antigos.
O espelho d'água do Titicaca está a 3.810 m de altitude. O lago possui 165 quilômetros de comprimento e largura que vai dos 800 metros, no estreito de Tiquina –que o divide em duas parte bem distintas–, e chega a até 65 quilômetros.
Cerca de 45% da área do lago fica em território boliviano. O restante pertence ao Peru.
Mais de 60 rios tributários o alimentam com a água das montanhas, mas 90% da água eliminada pelo lago sai por evaporação.
A "totora", junco que lembra o papiro, nasce nas áreas rasas do lago e, além de servir como alimento, é o material construtivo de barcos e esteiras.
A pesca da truta, uma espécie importada, é uma atividade econômica importante hoje. Virou também prato obrigatório para os turistas na região.
Só há poucos anos, durante a expedição do pesquisador francês Jacques Cousteau ao lago, descobriu-se que vive no lodo que cobre o fundo do lago uma espécie de rã gigante, que pode atingir até 50 centímetros.

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