São Paulo, sábado, 25 de junho de 1994 |
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Impasse cerca escolha do sucessor de Delors
SÉRGIO MALBERGIER
O cargo executivo, ocupado há dez anos por Jacques Delors, é o mais importante da UE. O posto ganhou mais poderes durante a gestão do francês, que deixa o posto em janeiro. Alemanha, França e outros seis países menores apóiam para o cargo o primeiro-ministro da Bélgica, Jean-Luc Dehaene, 53. Ele é considerado um federalista (quer dar mais poder à união, em detrimento dos governos dos países-membros), do mesmo modo que o chanceler (premiê) alemão, Helmut Kohl, principal defensor de sua candidatura. A sua provável eleição é vista como mais um sinal da crescente hegemonia alemã dentro da UE. Já o primeiro-ministro britânico, John Major, que é antifederalista, defendia a eleição de seu ex-colega de gabinete Leon Brittan, 54. O ex-comissário britânico de Comércio junto à UE tentava surgir como candidato "de consenso" com a Holanda mantendo a candidatura de seu próprio premiê, Ruud Lubbers, 55. Assessores de Kohl já deixaram clara sua insatisfação com a insistência holandesa. Eles lembraram que o país é o mais antigermânico da UE e foi o que mais se opôs à reunificação alemã em 1990. Kohl e o anfitrião, o primeiro-ministro (socialista) Andreas Panandreu, querem escolher o sucessor de Delors ainda em Corfu, para não haver a necessidade de se convocar uma cúpula extra em Berlim nos próximos meses. Houve duas tentativas para se chegar a um acordo. Na primeira votação, Dehaene obteve oito votos contra três de Lubbers. O candidato britânico foi apoiado apenas pelo Reino-Unido. Numa segunda votação, Dehaene obteve o apoio de dez países e Lubbers de dois. Nova reunião estava marcada para as 10h de hoje (4h, horário de Brasília). (SM) Texto Anterior: UE e Rússia acertam a cooperação econômica Próximo Texto: Tropas russas fazem hoje último desfile militar nas ruas de Berlim Índice |
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