São Paulo, sábado, 25 de junho de 1994
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UE e Rússia acertam a cooperação econômica

SÉRGIO MALBERGIER
DE LONDRES

O presidente russo, Boris Ieltsin, assinou ontem na ilha grega de Corfu um tratado de cooperação econômica com a União Européia, dando mais um passo na aproximação da Rússia ao Ocidente.
"Eu acho que este é um grande passo em direção à união de nosso continente", disse Ieltsin.
A cerimônia abriu a reunião de cúpula dos 12 países da UE, que ontem também formalizou o convite para que Áustria, Finlândia, Suécia e Noruega entrem na união no ano que vem.
O assunto mais polêmico do encontro é a escolha do sucessor do presidente da Comissão Executiva da UE, Jacques Delors.
O acordo entre Rússia e UE, assinado dois dias depois de Moscou ter firmado um tratado de parceria com a Otan (aliança militar ocidental), prevê discussões entre as duas partes que podem levar a uma zona de mercado livre em quatro anos. O pacto de cooperação facilita as relações comerciais e regula tarifas entre a Rússia e a UE.
Ieltsin espera que os acordos com o Ocidente ajudem a concretizar as promessas de auxílio econômico dos países ricos, o que serviria como arma contra seus inimigos comuns -os ex-comunistas e ultranacionalistas russos.
Ieltsin vai a Nápoles (Itália) em julho para o encontro de cúpula do G-7 (grupo dos sete países mais industrializados), onde participará das discussões políticas sobre as crises na Bósnia e na Coréia do Norte. Mas Moscou pressiona o G-7 para que Ieltsin participe também dos debates econômicos.
Após a cerimônia do acordo com a Rússia seguiu-se a da assinatura dos acordos de entrada dos quatro futuros membros da UE. Os austríacos já aprovaram em referendo sua entrada na organização. Finlandeses, suecos e noruegueses devem fazê-lo até o final do ano.
Outro tema discutido ontem foi o combate ao tráfico de drogas, ao crime organizado e ao desemprego, que atinge 19 milhões de trabalhadores da UE -11% de sua força de trabalho.
As principais diretrizes acertadas foram a necessidade de conter os déficits orçamentários e a inflação e tentar manter taxas de câmbios estáveis para a criação de uma moeda européia única, possivelmente até o final do século.

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