São Paulo, domingo, 26 de junho de 1994 |
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Debates propõem legalizar as drogas
DA SUCURSAL DO RIO O aumento da criminalidade ligada ao tráfico de drogas reaqueceu o debate sobre a descriminalização dos entorpecentes em seminário realizado mês passado em Nova York.A Conferência sobre Drogas, Crime e Ordem Pública realizada na Universidade de Nova York teve a participação de delegados de 24 países, entre eles pesquisadores do Iser (Instituto para Estudos da Religião). "Nós fracassamos. Investimos US$ 400 bilhões, hoje prendemos duas vezes mais pessoas que há dez anos e o problema continua crescendo", desabafou o prefeito de Nova York, Mario Cuomo, no início da conferência. O prefeito é contra a legalização das drogas. Ele apenas reconheceu a necessidade de que novas alternativas à política repressiva norte-americana sejam procuradas. Consumidores de 60% das drogas produzidas no planeta, os EUA começam a se preocupar com penitenciárias lotadas e uma grande população jovem que vai armada para as escolas. "Também no Brasil é preciso se pensar em outras políticas para as drogas, pois, se há mercado, não adianta combater só com repressão", diz o antropólogo Luiz Eduardo Soares, que esteve no seminário. "É preciso educar o jovem e reduzir o abismo social que exclui milhares de adolescentes da cidadania", afirma. No Rio de Janeiro foram registrados 3.236 homicídios dolosos em 92, ano pesquisado pelo Iser. A pesquisa usou como amostragem apenas 486 casos pois foram escolhidos os inquéritos que tiveram depoimentos de outras pessoas além de policiais. A Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio), ligada ao governo estadual, mas com ação independente, apoiou o Iser na realização da pesquisa. Os números serão entregues esta semana ao secretário estadual de Polícia Civil do Rio, Mário Covas, e ao secretário de Polícia Militar, coronel Carlos Magno Nazareth Cerqueira. Texto Anterior: Bahia começa sua 'festa das mutilações' Próximo Texto: Tráfico causa metade dos homicídios no Rio Índice |
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