São Paulo, domingo, 26 de junho de 1994 |
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Peritos recuperam a outra caixa-preta
CLAUDIO JULIO TOGNOLLI
Segundo Romeu Tuma Jr., essas peças passam por perícia na Universidade de Bolonha e no Instituto Aeroespacial italiano. Outra novidade: uma das caixas-pretas do carro de Senna foi recuperada, e a outra, que se julgava inutilizada, está sendo reconstruída pelos peritos. As caixas foram resgatadas, segundo Tuma, numa operação secreta da Interpol, com autorização de uma juíza italiana –que no ofício só assinou um nome: "Signorina Salaredo". As medidas da pista tomadas por Tuma Jr. revelam que, depois da quebra do carro, Senna teve a Williams arremessada ao alto por falha na pista, um aclive de 36 cm. "Depois que o carro saiu da pista e passou pela faixa de grama, encontrou ainda outro defeito, um declive de 37 cm, que projetou o carro com mais violência contra o muro", diz Tuma. O muro da curva Tamburello tinha 84 cm de altura e 20 de espessura. Com o impacto, o muro sofreu uma curvatura de 2,8 cm. Com o filme obtido da Benetton de Schumacher, que andava atrás de Senna, a Justiça italiana concluiu que, segundos antes de bater, o carro teve provavelmente uma quebra na suspensão traseira. Nessa semana também surge outro passo das investigações: Tuma Jr. solicita à Rede Globo de Televisão, à pedido da Justiça italiana, uma fita em que, dois dias antes do acidente, Frank Williams teria dito a um perito, na presença de Ayrton Senna: "Faça o que o Senna quer, se ele tiver um acidente você vai ter sérios problemas". A Justiça italiana quer ouvir Frank Williams e esse perito, para que revelem, em juízo, quais seriam as preocupações técnicas que Ayrton havia demonstrado. Finalmente, outra investigação começa a surgir: a de que houve suposta omissão de socorro a Senna. (CJT) Texto Anterior: Dossiê acusa quatro pela morte de Senna Próximo Texto: Computador simula o impacto Índice |
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