São Paulo, domingo, 26 de junho de 1994
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Admirável imóvel novo

DOLZONAN DA CUNHA MATTOS

Descasados, solteiros, famílias da classe média com um ou mais filhos, atletas, advogados, empresários, trabalhadores em geral, ricos e famosos. Todos têm algo em comum. O crescente interesse da indústria da construção civil em descobrir suas preferências, gostos, necessidades e expectativas.
Isso mesmo. A indústria da construção é, talvez, um dos poucos setores que melhor está sabendo interpretar, e aplicar corretamente, o conceito de qualidade em sua essência. Ou seja, qualidade é aquilo que é definido como tal pelo cliente. Apenas um exemplo prosaico. De que vale colocar vistosas lareiras nas salas ou instalar canil em outras áreas sem antes ouvir os futuros moradores sobre o que é efetivamente importante para a sua sensação de conforto e bem estar?
Em nossas pesquisas junto ao público verificamos a crescente importância atribuída aos imóveis flexíveis, versáteis e, principalmente, ajustados ao novo perfil de renda da população brasileira. Por isso, tão importante quanto seguir os parâmetros sinalizados pelos clientes é produzir imóveis com preços compatíveis com a capacidade de pagamento dos futuros moradores. Assim, não é surpresa que mesmo para as faixas de alto padrão esteja ocorrendo uma reavaliação da importância atribuída a diversos itens, entre os quais quadras poliesportivas, piscinas com cobertura, pistas para cooper, lavanderias, centrais de congelados, creches etc. Opções que, em alguns casos, encarecem o preço final sem agregar valor aos olhos dos consumidores.
Sem qualquer exagero, o futuro da indústria imobiliária vai depender, fundamentalmente, da capacidade de cada empresa em saber ouvir, processar, atender e, acima de tudo, superar as expectativas, desejos e ansiedades deste ser absolutamente insubstituível dentro da cadeia econômica: sua excelência, o cliente.
As empresas que já perceberam a importância de elevar o consumidor ao primeiro plano são justamente aquelas que estão conseguindo estabelecer uma importante vantagem competitiva em relação aos concorrentes. Mas, infelizmente, algumas ainda estão na pré-história do mundo empresarial, preocupando-se apenas em como cortar custos, aumentar a produtividade de forma cega e implantar programas de qualidade que se resumem em pendurar quadros nas paredes com enunciados genéricos. Depois reclamam que os programas de qualidade demoram em produzir resultados concretos e não-mensuráveis financeiramente ou sob a ótica dos negócios.
A tendência é os imóveis assumirem maior flexibilidade e versatilidade. Um exemplo: a simples eliminação de vigas internas nos apartamentos torna possível reduzir de quatro a três ou menos dormitórios, ampliando-se as sala de jantar ou mesmo a área útil dos escritórios para os que desenvolvem trabalhos em casa (advogados, vendedores, consultores e profissionais liberais).
Em suma, colocar o consumidor no centro das preocupações. Esta é a senha para o admirável mundo novo na área da construção civil.

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