São Paulo, domingo, 26 de junho de 1994
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40 anos de Copa; Imprensa e informação; Academia reprovada; Bofetada do Congresso; Safra e atoleiro; Preferência peessedebista; Liberdade, individual e alheia; Aborto e hipocrisia

40 anos de Copa
"Felicíssimo, venho agradecer a gentileza do brinde `Folha Conta 40 Anos de Copa'. Assinante há muitos anos, reafirmo minha convicção de que a Folha é o melhor jornal do país."
José Morita (Votuporanga, SP)

"Agradeço pela fita `Folha Conta 40 Anos de Copa' enviada pelo jornal, pois tenho somente nove anos e sabia pouco das Copas do Mundo."
Antonio Emilio W. Aiex (Foz do Iguaçu, PR)

Imprensa e informação
"Sou professor e, na minha ótica, a educação precisa da informação. Hoje observo vários veículos de comunicação retrógrados e reacionários, principalmente na TV, que têm o poder de manipular, através da desinformação, milhões de cidadãos. Raríssimos são os veículos que cumprem o papel social. Na gestão de Collor, a Folha esteve entre os poucos veículos que denunciavam as arbitrariedades, talvez o único entre os grandes jornais. Não teremos um país livre sem uma imprensa livre."
Julio Cesar Rosa (São Paulo, SP)

Academia reprovada
"É muito gratificante a preocupação da Folha com a qualidade do ensino superior (editorial `Academia reprovada', 23/06), reconhecendo o valor do conhecimento como riqueza nacional, o dever do Estado em financiá-lo e a obrigação da universidade em produzi-lo. Antes, porém, de puxar a nossa orelha, cabe uma análise mais cuidadosa dos dados apresentados. Salta aos olhos, por exemplo, o fato de que temos o maior índice de professores trabalhando meio período, o que pode ser entendido como consequência dos baixos salários e inadequadas condições de trabalho. Isso naturalmente repercute na produtividade em pesquisa que requer, em geral, dedicação integral. As universidades públicas paulistas, já com desempenho bem superior à média geral do país, estão hoje em franca evolução de propósitos e projetos, procurando se adaptar ao princípio da autonomia e necessitando para isso rever muitas práticas dos `velhos tempos'. Cabe a todos os estamentos da sociedade contribuirem com uma discussão séria, aberta, profunda e objetiva sobre o assunto, quem sabe até promovida inicialmente pela própria Folha."
A. Rigas, diretor do Instituto de Matemática, Estatística e Ciência da Computação da Universidade Estadual de Campinas (Campinas, SP)

Bofetada do Congresso
"A absolvição do Ronaldo Aragão, Ezio Ferreira e Daniel Silva pelo Congresso Nacional foi um tapa na cara dos cidadãos brasileiros."
Knut Olaf Borges (Embú, SP)

"Após as votações do dia 22/06, está mais válido que nunca o conceito de um partido paralelo, o PLL (Partido para Limpeza do Legislativo)."
Hanns Maier (Ubatuba, SP)

Safra e atoleiro
"Na iminência de uma espetacular safra de grãos, nossa preocupação assume proporção catastrófica, pois os órgãos responsáveis pela estocagem, fiscalização e distribuição são de uma incompetência vergonhosa. O governo coloca a culpa nos empresários com leis policialescas, mas o grande caos é político-administrativo, com o Brasil legal atolado no pântano das mentiras, da corrupção e do desgoverno."
Regina di Dio, presidente da Liga das Mulheres Eleitoras do Brasil (São Paulo, SP)

Preferência peessedebista
"Causou estranheza ao PFL e ao próprio PSDB a afirmação de Marcelo Beraba na seção Opinião, de 24/06, que o jornalista João Leite Neto, candidato da coligação PFL/PSDB, já teria sido rifado pelos tucanos, que prefeririam Erundina ou Tuma na dobrada com Serra. Essa afirmação é totalmente infundada e inverídica, uma vez que João Leite Neto tem recebido apoio da maioria dos candidatos tucanos, principalmente do candidato ao governo Mário Covas. O outro candidato da coligação, José Serra, por repetidas vezes garante estar pedindo votos para ele e para João Leite Neto. Quanto ao fato de os tucanos preferirem Erundina ou Tuma a João Leite Neto, seria no mínimo um contra-senso pedir votos a quem como Tuma serviu fielmente aos regimes militares e também ao governo Collor, de tão triste memória."
Valéria do Amaral Gianordoli, assessora de imprensa (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Marcelo Beraba – A última pesquisa do Datafolha revela que 12% dos eleitores paulistas que se declaram simpatizantes do PSDB dizem que vão votar em João Leite Neto, contra 28% que pretendem votar em Luiza Erundina (PT).

Liberdade, individual e alheia
"O sr. Hélio Schwartsman comete um desserviço aos leitores da Folha (e um inestimável apoio à Souza Cruz) e atenta contra os fatos ao afirmar que o tabagismo é uma questão de foro individual. Em primeiro lugar, os males do cigarro não são exclusivos dos fumantes, mas também daqueles que com a sua fumaça convivem apresentando as mesmas doenças dos fumantes. Em segundo lugar, o custo da assistência médica à doenças induzidas pelo tabaco, das aposentadorias e das pensões provocadas pelas mortes precoces e do maior absenteísmo dos trabalhadores fumantes, é rateado por toda a sociedade. Em terceiro lugar, um dos principais componentes da mortalidade infantil, que tanto preocupa o articulista, é o baixo peso ao nascer, muito mais frequente em filhos de mães fumantes."
Paulo Andrade Lotufo, coordenador do Ambulatório Geral e Didático do Hospital das Clínicas (São Paulo, SP)

"O jornalista Hélio Schwartsman tem razão. `Não deve existir hoje um ser humano maior e civilmente responsável sobre a terra que não saiba que fumar faz mal à saúde'. Principalmente os 100 mil que anualmente morrem por doenças diretamente ligadas ao hábito de fumar. A questão é que o resíduo deixado pelos fumantes atinge também os que não fumam. Daí o caso deixa de ser exemplo de liberdade individual para atingir a liberdade alheia."
André Camargo (Brasília, DF)

"Sobre o artigo `Aborto eutanásia e tabaco', de Hélio Schwartsman (23/06), protesto pelo fato do autor considerar uma `discussão bizantina' sobre quando começa a vida. Isto é relevante, e é exatamente o fato da vida começar na fecundação, cientificamente já provado, é que impede qualquer forma de aborto e, então, o caracteriza como um homicídio. É injustificável também querer justificar o aborto com a desculpa imoral de que nos países `civilizados' a mulher decide se quer ou não ter o filho. Este não lhe pertence. A vida é divina, pertence a Deus."
Felipe Rinaldo Queiroz de Aquino, diretor-geral da Faculdade de Engenharia Química de Lorena (Lorena, SP)

Aborto e hipocrisia
"A Folha vem publicando há dias várias matérias sobre o aborto, importante problema de saúde pública. O que mais chamou a atenção desta entidade foram os pronunciamentos dos drs. Aníbal Faúndes e Thomaz R. Gollop, o primeiro, corajoso, honesto, sincero, e o segundo, também sincero, isento de qualquer hipocrisia. Deve-se, portanto, incrementar a educação sexual e facilitar o acesso às medidas anticoncepcionais, sobretudo das faixas mais carentes da população."
Jacques Crespin, presidente da Associação Brasileira de Adolescência (São Paulo, SP)

"Fiquei indignada com as declarações do sr. Aníbal Faúndes quanto à prática de aborto pela Unicamp e quanto ao ensino de como praticar o aborto, `receita' publicada pela Folha. Em vez de ensinar e divulgar o aborto, por que não ensinar como se utilizar os métodos anticoncepcionais?"
Nadia Gaiofatto (Assis, SP)

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