São Paulo, domingo, 26 de junho de 1994 |
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Franqueado brasileiro é jovem e tem pouco dinheiro
NELSON ROCCO
É com esse perfil que os consultores elaboram projetos de franquia para empresas interessadas em crescer através do sistema. Os dados são da Cherto & Rizzo Franchising e do Instituto Franchising, segundo pesquisa com 484 participantes de seminários sobre investimentos no setor. O sistema de franquia consiste em uma empresa repassar a tecnologia e o método de trabalho de um negócio que comprovou ser eficiente, mediante o pagamento de taxas e royalties. O trabalho mostra que a maioria dos franqueados é homem (71%), da região Sudeste (58%), e quer entrar no sistema para ganhar dinheiro (58,9%). Os dados indicam que o franqueado é jovem. 29,5% estão na faixa de 36 a 45 anos e 21,8% têm entre 30 e 35 anos. Marcelo Cherto, 40, diretor do Instituto Franchising, diz que a faixa entre 35 e 45 anos se destaca. "É quando as pessoas estão cansadas da atual atividade e ainda têm coragem de enfrentar mudanças." "O que mais me impressiona, no entanto, é o percentual de pessoas com até 25 anos (19,2%)." Cherto afirma que durante suas aulas na FGV (Fundação Getúlio Vargas), em São Paulo, tem notado que menos de 10% dos formandos saem com emprego garantido. Esse fator, segundo ele, justifica a quantidade de pessoas nessa faixa de idade que entram no sistema. "As pessoas saem da faculdade sem garantia de emprego e decidem montar um negócio ou comprar uma franquia e aproveitar a experiência dos outros." A pesquisa mostra que os recursos que as pessoas têm para investir na franquia varia de US$ 15 mil a US$ 46 mil (63,2%). Esse é o fator que "inibe" a expansão do setor no país, segundo Cherto. "A grande maioria das franquias custa mais do que as pessoas têm no bolso", diz. Segundo os cálculos do diretor do Instituto, o preço médio total de uma franquia é de US$ 107 mil. Apesar do custo e do fator de inibição o sistema tem crescido de forma acelerada. Em 93, cresceu 37%. Para este ano, as estimativas do Instituto apontam para 30%. Para resolver a equação, o Instituto está fazendo uma parceria com um banco privado para a criação de um fundo de investimento. Cherto destaca que a pesquisa indica que o franqueado está preparado para entrar no segmento. "Até há alguns anos, as franquias eram compradas por executivos para a mulher ou para os filhos. Hoje, é o próprio executivo –que está deixando o cargo em busca de uma nova atividade– que entra no setor", afirma. (NR) Texto Anterior: Custo operacional é menor Próximo Texto: Como montar uma loja de conveniência? Índice |
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