São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 1994
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'Guerra' de fogos de artifício deixa 84 feridos no interior da Bahia

SUZANA PEREIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

A "guerra de espadas", tradicional nas festas juninas de Cruz das Almas (interior da Bahia), deixou neste ano um saldo de 84 feridos, quatro deles graves. Ninguém morreu nas comemorações.
As "espadas" são fogos de artifício fabricados artesanalmente com gomos de bambu. Dentro das taquaras são colocados pólvora e limalha de ferro.
Uma das extremidades do bambu é totalmente vedada e a outra possui um pequeno orifício, onde é colocado o fogo. A "espada" incandescente percorre até cem metros no chão, em trajeto aleatório, antes de se apagar.
Uma dúzia de "espadas" custa cerca de CR$ 75 mil.
O balanço de acidentes nas festas foi considerado o melhor dos últimos anos pelo delegado de Cruz das Almas, Romualdo Sales.
No ano passado, segundo ele, uma pessoa morreu e mais de mil ficaram feridas.
A única morte registrada este ano ocorreu há cerca de 30 dias, causada pela explosão de uma fábrica caseira de fogos.
A redução nos índices é atribuída à adoção de medidas policiais e administrativas, visando disciplinar a fabricação e o uso dos fogos.
A polícia baixou uma portaria proibindo a fabricação de fogos nas áreas residenciais.
A prefeitura proibiu a realização da "guerra de espadas" na zona comercial e perto de hospitais, postos de saúde e órgãos públicos".
Além disso, todos os fabricantes de "espadas" tiveram que se cadastrar na delegacia local.
Segundo o juiz Augusto de Lima Bispo, da Vara Cível de Cruz das Almas, a regulamentação da "guerra de espadas" foi bem aceita pela população.

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