São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 1994
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Páginas coloridas

ZECA CAMARGO

Mesmo que a repercussão desses Gay Games em Nova York seja extremamente limitada no Brasil, os comentários sobre eles parecem tão ou mais entusiasmados do que os da Copa. Aproveite a boa vontade com a cultura gay para dar um passeio na recente e abundante produção da ficção homossexual americana.
Os títulos a seguir são todos inéditos no Brasil, mas podem ser encomendados nas livrarias importadoras. Para o homófobo crônico (e talvez medroso de páginas tão coloridas), relaxe, pois nem toda essa produção fala de fantasias e fetiches mais impensáveis aos não-gays. Ao contrário, prepare-se para muitos conflitos emocionais, cortesia do cotidiano da Aids.
Talvez o melhor início seja uma novela escrita por um heterossexual convicto. "As Max Saw It", de Louis Begley, foi lançada no mês passado nos EUA e fala de dois ex-colegas de Harvard que se encontram 20 anos depois. Um deles se tornou um arquiteto famoso e namora um garoto que está morrendo. Max, que não é gay, tudo observa e tudo pondera. Vai encarar?
Que tal experimentar algo mais "pesado"? Não precisa ir direto para Dennis Cooper, cuja mais recente coleção de contos ("Wrong") extravaza todas as perversões do seu já perverso "Frisk". Vá então para a sutileza de David Leavitt, que inspirou "While England Sleeps" nas memórias do também escritor Stephen Spender.
Quer mais? É só criar coragem.

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