São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 1994
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Estúdios lançam filmes com a mesma história

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

A Warner Brothers e a 20th Century Fox começam em duas semanas uma corrida para lançar até o início de 1995 dois filmes que têm a mesma história, grandes estrelas e um orçamento de US$ 40 milhões cada.
Os dois filmes são inspirados em um artigo publicado na revista "The New Yorker" em outubro de 1992 por Richard Preston, um pesquisador da Universidade de Princeton, Nova Jersey.
O artigo trata da história real do esforço do Exército dos EUA para controlar um vírus mortal, pior que o da Aids, que escapou de um laboratório e que poderia espalhar-se por uma grande cidade.
O primeiro projeto, da 20th Century Fox, que comprou os direitos do autor e que o contratou como consultor, terá o título "Crisis in the Hot Zone". Será estrelado por Robert Redford e Jodie Foster e dirigido por Ridley Scott.
O projeto da Warner, que está usando a história como base para um roteiro próprio, chama-se "Outbreak" e tem Dustin Hoffman no papel principal e direção de Wolfgang Petersen, o mesmo de "Na Linha de Tiro".
Tanto a Warner como a 20th Century Fox estão priorizando os seus projetos, que começam a ser rodados no mesmo dia, no próximo 18 de julho, para lançar os filmes no início de janeiro. A aposta é que terá mais público quem sair na frente.
Os estúdios Walt Disney e a Warner Brothers enfrentaram uma briga parecida em torno da história de Wyatt Earp. A Disney lançou o filme "Tombstone", com Kurt Russell, no final do ano passado e conseguiu um relativo sucesso.
A Warner Brothers teme que "Tombstone" apague o brilho de "Wyatt Earp", com o ator Kevin Costner, lançado esse fim-de-semana nos EUA. Ambos têm a mesma fonte de inspiração e roteiros parecidos.
A publicação do artigo de Richard Preston na "The New Yorker" revelou na época o deserto de boas histórias que tomou conta de Hollywood nos últimos anos.
Executivos da revista afirmam que vários estúdios e produtores ligaram no dia seguinte atrás do autor para tentar convencê-lo a vender os direitos sobre a história.
Os vírus tratados no artigo teriam sido liberados em um acidente ocorrido em 1989 em um laboratório em Frederick, Maryland.
Na venda dos direitos para a 20th Century Fox, Preston teria embolsado US$ 400 mil mais um salário mensal de US$ 50 mil para trabalhar como consultor do projeto até o final da produção.
A Warner Brothers sustenta que não existe nada de errado em fazer um filme sobre o assunto. O roteiro da Warner não vai usar os mesmos personagens, dois cientistas do Exército e um infectologista famoso, como os personagens principais da trama.

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