São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
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Itamar sofre pressão militar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A pressão dos ministros militares sobre o presidente Itamar forçou o governo a examinar mecanismos para corrigir as distorções salariais entre os Três Poderes.
Os militares consideram que os salários das Forças Armadas tiveram perdas superiores a 50% nos últimos cinco anos. Reservadamente, eles apontam a conversão dos salários em URVs como uma fator agravante no achatamento salarial.
Cansados de ouvir o argumento de que o governo não tem dinheiro para melhorar os seus salários, os militares chamamr a atenção para o artigo 17 das Disposições Transitórias da Constituição.
Esse artigo prevê a redução dos salários que estejam sendo pagos em desacordo com a própria Constituição.
Na opinião dos ministros fardados, ou os funcionários do Executivo passam a ganhar o mesmo que os do Legislativo e Judiciário, ou os vencimentos dos demais Poderes devem ser rebaixados.
O Emfa alega que muitos oficiais, com cursos de aperfeiçoamento no exterior, estão trocando a caserna por um emprego no setor privado por causa dos salários.
O próprio Emfa lembra que um capitão do Exército, com 25 anos de serviço e curso na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, ganha atualmente menos que um motorista do Congresso.
Os militares sempre citam os fiscais da Receita Federal têm salários de R$ 2.388,68, que ganham mais que um general-de-exército.

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