São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

COMO FOI A SEMANA DA SUCESSÃO PRESIDENCIAL

O QUE FIZERAM
Lula
Passou a semana em campanha na Baixada Fluminense (RJ). Criticou o valor fixado pelo governo para o salário mínimo (R$ 70) e voltou a dizer que o Plano Real traz perdas salariais. Em encontro com evangélicos, foi aplaudido ao dizer que não defende o aborto nem o casamento entre homossexuais. Disse não ser comunista e comparou seu discurso ao do empresário norte-americano Henry Ford (1863-1947), criador da Ford Motor Company.
Enfrentou problemas com a revelação de que seu vice, José Paulo Bisol (PSB-RS), assinou emendas superfaturadas ao Orçamento. Uma delas, para construção de uma ponte, beneficia a fazenda de Bisol em Buritis (MG). Para defendê-lo, citou frase celebrizada pelo ex-presidente Collor: "O tempo, que é mais dois ou três dias, será o senhor da razão e vai provar que é mais uma calúnia".
Até sexta-feira, o PT não havia divulgado os custos da viagem de Lula à África do Sul, feita há duas semanas.

FHC
Esteve no Rio no início da semana. Passou por Brasília e Goiânia e, na sexta-feira, dia do lançamento do real, foi para Minas. Obteve, no início da semana, o apoio de Roseana Sarney, filha do ex-presidente José sarney e candidata do PFL ao governo maranhense. Chamou Lula de "Pinóquio" por afirmar que o Plano Real traz perdas salariais aos trabalhadores.
Em Minas, jantou com o governador Hélio Garcia, que o apóia. Na sexta, em Belo Horizonte, disse que sua candidatura vai "dar um salto" com a adoção da nova moeda. Em reunião com donas-de-casa, FHC não soube responder quanto valia uma nota de R$ 5.

Brizola
Visitou o Ceará e Minas Gerais no final da semana. Antes de viajar, prometeu aumentar em 100% o salário mínimo se eleito, passando-o para R$ 140. Em entrevista ao telejornal "Bom Dia Ceará", disse estar vivendo uma "lua-de-mel" com a Rede Globo. Citou Roberto Marinho como exemplo de pessoa de idade avançada e eficiente no trabalho. Em Belo Horizonte, criticou o Plano Real e seu "uso eleitoral" por FHC.

Quércia
Passou a segunda-feira em São Paulo, onde recebeu o prefeito do Rio, César Maia (PMDB). A cúpula do PMDB demonstrou preocupação com o rumo da campanha, mas Quércia negou que pretendesse renunciar. Na terça, visitou Pernambuco. Dedicou parte da semana ao interior de São Paulo, onde almoçou com prefeitos e fez comícios. Na sexta-feira, esteve no Rio e em Minas. Criticou os dissidentes do partido, dizendo que eles devem ir "para os quintos do inferno".

Amin
Esteve em São Paulo, Brasília, Rio e Porto Alegre. No Rio, disse que incluirá em seu programa a criação de uma guarda nacional –formada por militares– para combater a violência nos Estados. Em reunião com a CNI (Confederação Nacional da Indústria), em Brasília, declarou apoio ao Plano Real. Em Porto Alegre, cobrou explicações de Bisol (PSB-RS) sobre as emendas superfaturadas.

Texto Anterior: Real estreou e os preços subiram na virada da moeda
Próximo Texto: COMO FOI A SEMANA DA SUCESSÃO PRESIDENCIAL
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.