São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
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Bancos têm pouco movimento no sábado

DA REPORTAGEM LOCAL

O movimento nos bancos, em São Paulo, foi fraco no primeiro sábado do real. As filas, poucas e pequenas, ocorreram logo no início do funcionamento, às 10h.
Ontem, os bancos abriram das 10h às 16h30 apenas para troca de moedas. Hoje, diversas agências vão continuar trocando cruzeiros reais para reais.
"O movimento está pequeno. As pessoas entenderam que a conversão para real foi automática e não correram para as agências", disse Mario Eduardo Martins Júnior, gerente da Caixa Econômica Federal, na avenida Paulista.
Lojistas e aposentados, principalmente, aproveitaram as agências abertas para trocar moedas.
"Aproveitei o dia calmo para organizar o caixa para a segunda-feira", disse Renata de Paula Betta, dona da papelaria Elisabeth Paula, no Jardim Paulistano.
Desde sexta-feira, Renata tem priorizado o troco em real. "É uma forma de familiarizar os funcionários com a moeda."
A aposentada Edite Klein, 60, voluntária do Hospital das Clínicas, chegou na agência Nacional do Bradesco, na avenida Paulista, às 9h35 e esperou até às 10h para receber seus primeiros reais.
"Vale a pena ter tudo em real. Na padaria, por exemplo, eu pago CR$ 290,00 ou R$ 0,10 por pãozinho. Como R$ 1 vale CR$ 2.750,00, eu perco dinheiro ao pagar em cruzeiros."
O vigia João Bispo da Silva, 60,
trocou ontem CR$ 85 mil por R$ 30,91.
"Por enquanto, não estou entendendo nada. Comprei uma 'calculadeira' para se basear no real. Assim, quando eu receber troco, não vou duvidar das pessoas."
A dona–de–casa Virginie Salem Saad, 84, gostou "da lembrança do governo" de permitir a abertura dos bancos no sábado.
"Gostei mais ainda de achar a agência vazia." Ontem, ela trocou CR$ 620 mil por reais.
Para Antônio João Rama, gerente-geral do Unibanco da avenida Paulista, o grande movimento deve ocorrer na segunda-feira, dia 4, quando os bancos vão receber todas as contas que venceram desde o dia 1º de julho.

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