São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
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Qualidade total exige visão clara de empresa

DA REPORTAGEM LOCAL

Obter resultados é o objetivo final de toda empresa ou organização. E o resultado desejado por uma empresa é a sua própria razão de ser.
É impossível falar em qualidade total e excelência empresarial se o empresário não tem clara qual é a sua visão da empresa.
As afirmações são de José Luiz de Santana, administrador de empresas e professor da Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte, durante palestra feita no auditório da Folha, na última segunda-feira.
Santana falou sobre "A preparação das organizações para novas posturas gerenciais/empresariais", dentro do ciclo "A Busca da Qualidade Total".
"Toda e qualquer empresa ou organização é uma instituição criada para gerar resultado desejado, que é a sua razão de existir", diz Santana.
"Esse resultado só pode ser conquistado através de pessoas e de processos. Pessoas e processos são a realidade visível da empresas, mas estão submetidos à questão das crenças e valores da empresa", afirma.
Segundo Santana, a conquista da excelência empresarial exige a compreensão das novas realidades, a identificação dos desafios que elas trazem e respostas corretas para esses desafios.
Desafios
Santana aponta como grandes desafios a revolução da comunicação e da computação, base para a globalização, e, principalmente, "a revolução no ambiente de trabalho".
"Neste final de século já é uma exceção a empresa que não afirma que as pessoas são seu principal patrimônio", diz Santana.
"Empresas no Brasil já estão partindo para uma parceria genuína: o acionista entra com o capital, as pessoas com o trabalho. Depois que ambos têm um retorno mínimo, aparece o conceito de sobrelucro, que é compartilhado. Uma parcela é reinvestida e o restante é dividido entre as partes".
Administrar uma empresa que não adota uma política de participação nos resultados é, atualmente, quase impossível, diz Santana.
Segundo ele é "incoerente a empresa que diz que tem processo de qualidade total e administração participativa e não tem programa de participação nos seus resultados".
Variáveis
Para que uma empresa atinja os resultados desejados, precisa, segundo Santana, levar em conta três variáveis internas e quatro forças externas.
"A primeira variável interna é gente. Gente faz a diferença. Os processos são a segunda variável. Mas é muito difícil falar em excelência se não se descobrir a ponta da filosofia, das crenças".
O que define a filosofia da empresa, para Santana, é seu estilo e sua estratégia. "E quem vai dizer se a filosofia é adequada ou não é o mercado", afirma.
Para obter resultados, essas variáveis internas precisam se combinar com forças externas (econômicas, políticas, sociais e tecnológicas).
"Elas representam um grande problema para o empresário que não sabe se antecipar aos fatos e não sabe qual a sua razão de ser".

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