São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
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Parreira define meio-campo hoje

JOÃO MÁXIMO
ENVIADO ESPECIAL A LOS GATOS

Mauro Silva ou Mazinho. Esta é a única dúvida de Carlos Alberto Parreira para escalar a seleção brasileira que vai enfrentar a norte-americana, amanhã, em Palo Alto, pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo.
Mauro Silva é titular de Parreira desde que este assumiu o comando da seleção, há três anos.
Só cedeu o lugar quando seus compromissos com o Deportivo La Coru¤a, da Espanha, o impediram de atender à convocação do técnico. Na verdade, foi considerado por este um de seus "homens-chaves".
Mazinho é admiração relativamente recente de Parreira. Sequer foi convocado para as eliminatórias do ano passado, quando o técnico preferiu formar os meios campos –reserva e titular– com Mauro Silva, Dunga, Luís Henrique e Valdo.
Os dois últimos seriam descartados tão logo a seleção se classificasse: não tiveram novas chances desde então.
Ao entrar no time no amistoso contra El Salvador, último do Brasil antes da Copa, Mazinho tornou-se o 12º titular de Parreira.
No primeiro tempo, cumpriu as funções de Raí (atuando mais voltado para o ataque); no segundo, substituiu Mauro Silva (formando com Dunga a dupla de volantes). Jogou bem e deixou Parreira impressionado.
Mauro Silva teve excelente estréia na Copa: foi dos melhores jogadores brasileiros contra a Rússia. Não esteve tão bem contra Camarões e foi prejudicado contra a Suécia, quando a seleção precisou de um armador mais ofensivo.
Mazinho o substituiu, o Brasil melhorou, empatou o jogo e a dúvida de Parreira para amanhã entrou em campo.
"Este é um abacaxi para o técnico, mas um abacaxi bom", disse Mazinho ao sentir, após o treino de sexta-feira, que o lugar poderia ser seu. "Para mim seria um grande desgosto", admitiu Mauro Silva quando indagado sobre a possibilidade de perder a vez.
Parreira, porém, ainda oscila entre os dois. Acredita que o time possa conseguir com Mazinho a ofensividade que lhe estão cobrando.
"Quantos gols marcou Mauro Silva na Espanha?", perguntou aos jornalistas que indagavam se o jogador não poderia ser usado com mais obrigação de atacar.
Por outro lado, um adepto da marcação acima de tudo, o técnico hesita em perder a vigilância e a combatividade do titular.
Falou-se, inclusive, que Parreira poderia promover a volta de seu lateral-esquerdo favorito, Branco, para que Leonardo fosse substituir Zinho no meio. Se isso pode acontecer durante uma partida, é improvável que ocorra de saída.
Zinho continua sendo o titular de Parreira. Quanto a Branco, nem sequer treinou cobranças de pênaltis e faltas, nos exercícios técnicos de sexta-feira.
Parreira se reconhece "um conservador", um técnico que evita mudanças muito radicais num sistema que considera ideal. Promete a seus jogadores liberdade total de ação, mas só quando tiverem a posse de bola.
Quando esta estiver com o adversário, todos, Mauro Silva ou Mazinho, Dunga, Raí e Zinho têm que marcar, combater, defender.

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