São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
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Caixinha rende pouco até agora

JOÃO MÁXIMO
DO ENVIADO A LOS GATOS

Por iniciativa do zagueiro Jorginho, os jogadores da seleção brasileira instituíram uma caixinha na qual depositam multas por atrasos nas refeições, nos horários de treino, tratamento, ônibus e tudo mais. Cada multa é de US$ 50 e, até agora, apenas sete tiveram de pagá-la.
Américo Faria, supervisor da seleção, confirmou que a soma arrecadada não passa de US$ 350. O total será destinado a uma instituição de caridade que os próprios jogadores vão escolher.
Diz Faria que os horários foram fixados pela CBF, mas que as multas são controladas e cobradas pelos próprios jogadores. Ele, Faria, é o "depositário" do dinheiro que vai entrando na caixinha.
Os jogadores preocupam-se muito em não pagar a multa. Segundo Romário, não tanto pelo dinheiro, mas pelo privilégio de saírem daqui, depois da Copa, sem uma punição sequer. Foi por esse motivo que, durante uma entrevista exclusiva à Folha, o atacante saiu correndo para não perder o ônibus que o levaria a Villa Felice. Mesmo que pagassem a multa por ele, preferia continuar "invicto".
Em Detroit, antes do empate com a Suécia, os jogadores se reuniram para estabelecer novos itens de arrecadação para a caixinha.
Um desses itens é a proibição de dar entrevistas à imprensa, a não ser depois dos treinos e dos jogos. Quem não cumprir, tem de pagar US$ 50 a Américo Faria.
Mauro Silva, único a falar com os jornalistas na folga de quarta-feira, explicou que essa foi uma decisão coletiva e que ele mesmo, naquele momento, corria o risco de ser penalizado.
Nem Jorginho nem Américo Faria quiseram revelar os nomes dos jogadores que pagaram as sete multas. (JM)

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