São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
Próximo Texto | Índice

Projeto incentiva volta das vilas em SP

TELMA FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL

A aprovação pela Câmara Municipal, no último dia 15, de um projeto de lei que incentiva a volta da construção de vilas pode vir a realizar o desejo de moradia idealizado hoje por muitas pessoas.
Se quem quer um local sossegado e mais seguro para viver for procurar um imóvel em vila, vai esbarrar na pouca oferta desse tipo de habitação em São Paulo.
A partir do fim da década de 60, as vilas praticamente deixaram de ser construídas na cidade.
O que a princípio pode parecer um contra-senso, uma vez que esses locais fazem sucesso entre seus moradores –que geralmente não pensam em se mudar–, além de sempre atrair novos interessados.
O problema, no entanto, reside na legislação que, principalmente nas últimas décadas, passou a criar obstáculos a esse tipo de construção e até inviabilizar financeiramente projetos de vilas.
Na prática, as restrições do zoneamento da cidade e outras leis vêm favorecendo o desenvolvimento de apenas dois tipos de edificação: habitações unifamiliares e prédios de apartamentos.
É justamente essa situação que pode mudar com o projeto de lei que cria a subcategoria de uso residencial R3-03, chamada de conjunto residencial-vila.
Sua aplicação será permitida em todas as áreas cujo zoneamento admita o uso residencial.
"Mas a nova legislação trará vantagens principalmente para 'buracos' na cidade com zoneamento Z1", afirma o arquiteto Henrique Cambiaghi, 43.
Segundo ele, o projeto de lei melhora o aproveitamento desses terrenos em Z1, com a possiblidade de construção de pequenos condomínios horizontais.
O conjunto residencial do tipo R3-03 poderá ser implantado em lotes com área igual ou inferior a 15 mil m2.
Mas uma diferença em relação às vilas já existentes é que as ruas internas (e demais áreas de uso coletivo) deixam de ser públicas.
Os espaços de uso comum serão particulares, exclusivos do condomínio –como nos prédios.
Para tornar-se lei, o projeto precisa ser sancionado pelo prefeito Paulo Maluf. Depois, há um prazo de 90 dias para regulamentação.
A expectativa é de que prefeito aprove o projeto sem veto algum.
Embora a proposta seja assinada pelo vereador Maurício Faria (PT), sua versão final foi amplamente discutida com representantes da construção civil e órgãos do Executivo, como Sehab e Sempla.

LEIA MAIS sobre projeto de vilas na pág. 10-9

Próximo Texto: Litoral tem menor oferta de novos do ano
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.