São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994 |
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Recursos são insuficientes
FERNANDO CANZIAN
Mesmo assim, o Conselho de Segurança quer autorizar até o dia 15 de julho o envio de uma força de 12 mil "capacetes azuis" para o Haiti com ordens para recolocar na Presidência o presidente Jean-Bertrand Aristide, deposto em 1991 por um golpe militar. A "força de emergência" seria composta basicamente por soldados dos Estados Unidos e Canadá. Em setembro passado, a ONU já havia autorizado uma "missão técnica" com 1.267 homens para a região. A operação foi suspensa um mês depois, quando as garantias de vida aos "capacetes azuis" tornaram-se mínimas. Desde a primeira missão de paz da ONU, em 1948 no Líbano, 1.069 "capacetes azuis" morreram em conflitos espalhados em várias regiões do mundo. Quase 20% das mortes ocorreram em operações iniciadas depois de 1991, sendo que o maior número concentrou-se na Somália (100 mortes) e na Bósnia (77 mortes). A ONU está encontrando dificuldades no momento para reunir outros 5.500 soldados para enviar à Ruanda, através do Zaire. O país enfrenta uma guerra civil desde o dia 6 de abril. Segundo relatório da ONU divulgado durante a semana, o número de mortos é estimado entre 500 mil e 1 milhão de pessoas. Como a situação na região se agravou nas últimas semanas, a ONU autorizou a França a enviar 2.500 soldados de seu Exército por dois meses –prazo que a ONU deve levar para montar a sua nova Força de Paz para Ruanda. O contingente de soldados da ONU tem 68 nacionalidades. Os países com maior participação no momento são a França, Paquistão, Holanda, Reino Unido e Índia. O Brasil tem 177 pessoas incorporadas às Forças de Paz da ONU atuando na Bósnia e em Moçambique, principalmente.(FCz) Texto Anterior: ONU dobra gastos com forças de paz em 93 Índice |
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