São Paulo, terça-feira, 5 de julho de 1994
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Debate do aborto; Consenso de Washington; O real; Apuração de irregularidades; Holding da miséria; Futebol e barbárie; Cartão vermelho; Ótica feminina; Domingo na USP

Debate do aborto
"Desejo esclarecer que a solicitação de alvará para interrupção de gestação envolve sistematicamente doenças fetais graves e incuráveis. Em minha entrevista (edição de 24/06), ao me referir à eventual possibilidade de sobrevivência desses fetos, caso ocorra o nascimento a termo, admito uma sobrevida de dias, horas ou semanas. Entretanto, jamais haverá uma vida plena, com integração social ou possibilidade de tratamento. Estou falando, por exemplo, de uma agenesia renal (ausência congênita dos dois rins). Podem nascer com vida esses fetos? Podem, mas o prognóstico está fechado, pois 100% dos casos vão a óbito."
Thomaz Rafael Gollop, diretor do Instituto de Medicina Fetal e Genética Humana de São Paulo (São Paulo, SP)

"A polêmica sobre o aborto, levantada pelos médicos Faúndes e Gollop, pode dar a falsa impressão que esse tema deva ser resolvido no âmbito da medicina. Os médicos, a através de seu código de ética e pela proximidade da problemática, têm uma percepção social mais sensível, mas é a sociedade ampla que deve debater e decidir."
José Knoplich, presidente da Associação Paulista de Medicina (São Paulo, SP)

Consenso de Washington
"Parabéns ao Mais! pelo debate sobre o Consenso de Washington. Serve para amainar um pouco o insuportável economicismo tecnocrático dos analistas econômicos. Estes, em geral, assumem a fria lógica de grande capital contra a cidadania indefesa. Espero que Luís Nassif e Arnaldo Jabor tenham lido e tirado proveito."
Emir Sader, sociólogo (São Paulo, SP)

O real
"O nosso papel como consumidor, já que não podemos fazer justiça, é de pesquisar muito antes de comprar e não levar nada que esteja além do preço normal, pois produtos parados na prateleira perdem a validade e custam muito caro para estocar, obrigando o comércio a baixar seus preços."
Carlos Roberto Borges (São Paulo, SP)

"A receita para o governo acabar com a desenfreada e ardilosa remarcação dos preços por parte dos varejistas e principalmente praticada pelos supermercados é muito mais simples do que parece, pois bastaria a edição de um dispositivo legal que obrigasse as indústrias a colocarem nas embalagens dos produtos, além do prazo de validade, o preço por elas praticado e a data de venda para os comerciantes."
Oswaldo Queiroz Junior (São Paulo, SP)

"Itamar Franco tem tudo para se tornar um grande estadista. Sua confiança no time do real tem sido ímpar."
Ernani Miura (Porto Alegre, RS)

"Oh meu povo brasileiro/ ajudai esta nação/ e gritai ao mundo inteiro/ acabou nossa inflação!"
Albano Rodrigues de Oliveira (São Paulo, SP)

Apuração de irregularidades
"Fazemos coro às palavras do sr. Valdo Sarquis Hallack (Painel do Leitor, 4/07). A apuração de eventuais irregularidades em propostas para a utilização de recursos públicos deve, sempre, ser levada ao seu desfecho, independentemente dos nomes envolvidos."
Svend Kongerslev, presidente nacional, em exercício, do Sindicato dos Funcionários do Banco Central (São Paulo, SP)

Holding da miséria
"Achei de um tremendo mau gosto o tratamento dado pelo jornalista Xico Sá à mais séria e organizada tentativa de resgatar a cidadania do povo brasileiro, que é a Central dos Movimentos Populares. Sou médico e participo ativamente do Movimento Popular de Saúde e, consequentemente, da Central dos Movimentos Populares. Não aceito que chamem o movimento do qual participo de 'holding da miséria'."
José Elias Aiex Neto (Foz do Iguaçu, PR)

Futebol e barbárie
"O estúpido assassinato do zagueiro Andrés Escobar foi um ato injusto e louco exemplo de justiça 'feito pelas próprias mãos', praticado com a enganosa intenção de vingar o descontentamento do povo colombiano. Provavelmente os executores devem fazer parte daqueles equivocados entendedores de 'que o legítimo deve prevalecer sobre o legal'. Se a moda pega por aqui, estamos no mato sem cachorro. Se cuida Parreira! Abre o olho Brasil!"
Orlando Lovecchio Filho (Santos, SP)

"Fiquei estarrecida com o que aconteceu com o jovem zagueiro da Colômbia Andrés Escobar, assassinado com seis tiros por ter cometido a 'traição' de marcar um gol contra na Copa, eliminando, segundo a imprensa, uma das favoritas do mundial. A mídia precisa ter bom senso ao fazer críticas, pois podem transformar um simples esporte numa guerra. Que isso sirva de exemplo aos nossos comentaristas."
Márcia Mariano (São Paulo, SP)

"Lamentável o assassinato do zagueiro Escobar da seleção colombiana. Espero que os órgãos oficiais que regulamentam a prática dos vários esportes tomem medidas radicais para que fatos como esse não mais ocorram mais."
Jacy Mauro Fattori Jr. (Mairinque, SP)

Cartão vermelho
"Fiquei indignado com a atuação de alguns presidenciáveis em seus comentários futebolísticos na Folha de 3/07. Fingindo desconhecer as regras do jogo, em lances duvidosos tentaram fazer gols a qualquer custo. No meu entender, mereceriam cartão vermelho."
Jorge Tenório Fernando (São Paulo, SP)

"Brasil sem Raí, não dá pra torcer. Tenho acompanhado todas as críticas feitas à seleção, principalmente ao jogador Raí. Quanto a este, o acompanhamento se realiza a longo tempo, sendo ele um dos maiores jogadores do mundo, como provou inúmeras vezes. Ninguém despenca de uma hora para outra e nem fica apático, a não ser que um 'outro alguém' com maior autoridade decida amarrar suas energias."
Daniela Torrezani (Cotia, SP)

"Depois dos Gay Games por que não fazermos os Junkie Games? Com abertura monumental comandada por Ben Johnson, Maradona e também o nosso Parreira, viciado em drogas como o Raí, o Zinho e o Taffarel."
Geraldo Anhaia Mello (São Paulo, SP)

Ótica feminina
"Li no dia 27/06 o artigo da Marta Suplicy a respeito do programa Silvio Santos. É bom poder encontrar nas páginas da Folha alguém que raciocina, que pensa com uma ótica feminina."
Darlene Dalto (São Paulo, SP)

Domingo na USP
"Num domingo levamos crianças da família para andarem de bicicleta no campus da Universidade de São Paulo. Presenciei cenas que ousaria chamar de vandalismo, ou seja, da mais total devastação do patrimônio público. Cães fazendo suas necessidades em praça pública, garrafas de refrigerantes e todo tipo de lixo sendo lançados pelo campus, vegetação sendo destruída etc. Se for consenso entre a população de que o campus deve ser transformado em área de lazer, que isso seja feito de maneira não predatória."
Nilce da Silva Ramírez (São Paulo, SP)

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