São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
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'Virgens de final' acreditam em Parreira

PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles têm menos de 24 anos, acreditam que Romário vai virar ídolo como Pelé –caso o Brasil ganhe o tetra– e que o esquema tático de Carlos Alberto Parreira "funciona".
O grupo é formado pela geração que está vendo a seleção brasileira em uma final de Copa pela primeira vez. Para eles, esse time "não deve nada à seleção de 70".
A estudante Paula Gonçalves, 16, diz que essa Copa "é a que mais chamou atenção, sem dúvida". Fã de Romário, ela só usa a camisa 11, quase chorou e rezou na semifinal contra a Suécia.
Depois da vitória, comemorou até as 5h na avenida Paulista com a amiga Flávia Nipper, 18.
As duas praticamente não se lembram do time de 1982, na Espanha, que tinha Zico, Falcão e Sócrates e foi derrotado pela Itália.
Dizem que gostariam de ter nascido para ver a seleção de 1970 jogar, mas não criticam o futebol atual e o esquema de Parreira. "Eu boto fé", diz Flávia.
O "futebol de resultados" é argumento do estudante e ex-jogador de futebol Marcelo Nobre Kohn, 23, para suavizar as críticas.
"Eu sou como todo mundo. Todo mundo fala mal do Parreira, que ele é burro. Só que o Brasil está na final. Parreira é um burro consciente", diz.
A estudante Tatiana Keiko Akaki, 16, diz que a seleção é a melhor da Copa. "Acho que o Raí deve continuar fora do time."
Destoando do coro, o estudante Antônio Márcio dos Santos Freire, 15, diz que Romário "não vai ser a mesma coisa que Pelé, Tostão, Gérson e Rivelino".
"As seleções de 58, 62 e 70 eram times de futebol. Hoje é palhaçada." Mesmo assim, Antônio comprou o uniforme da seleção.
O estudante Érico Fernando Nunes da Silva, 16, discorda do amigo. "Se colocassem as duas seleções, a de 70 e a atual, jogando, o time do Parreira ganharia", diz.

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