São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994 |
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Adultério será descriminalizado
EUNICE NUNES
Luiz Flávio Gomes é juiz criminal em São Paulo há 12 anos. Nunca lhe passou pelas mãos um processo por adultério. A comissão do Ministério da Justiça que estuda a reforma do Código Penal tem como certa a extinção do crime de adultério. Com isso, o adultério terá apenas consequências civis, tais como pedido de separação, guarda dos filhos e pensão alimentícia. A tendência de descriminalizar o adultério é mundial. Nas duas últimas décadas os países europeus aboliram o crime de adultério de seus códigos penais. Agora, o adultério só existe na esfera civil. "O crime de adultério representa uma proteção à monogamia. O direito penal tem que proteger os valores básicos e relevantes para a convivência em sociedade. Não deve, portanto, proteger a monogamia", afirma o juiz. Álvaro Villaça de Azevedo lembra que o maior problema do adultério é a prova. "É difícil provar que houve o adultério, porque ele só se configura quando há relação sexual. É preciso pegar o adúltero em flagrante, o que é quase impossível". Texto Anterior: Projeto regula concubinato Índice |
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