São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
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Poupança garante rentabilidade de 32,72%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

A carteira Folha de investimento rendeu 32,72% de 13 de junho a 13 de julho de 1994. A Ufir, que é um parâmetro de inflação, variou 28,03% no mesmo período.
As cadernetas de poupança foram o porto seguro para os recursos, na composição da carteira hipotética montada por Adhemar Cesar Ribeiro, presidente do Banco das Nações S/A.
Ele entende, porém, que nos próximos dias o investidor deve optar por investimentos diversificados, embora continue recomendando a poupança para as pequenas quantias de dinheiro.
Ribeiro lembra que o fundo de commodities geralmente não oferece a mesma garantia de um investimento em renda fixa. Mas, em compensação, permite o saque diário, sem perda do rendimento, passado o período inicial de 30 dias.
Já o CDB prefixado é uma aplicação rentável e que proporciona uma rentabilidade fixa.
Com relação ao mercado acionário, Ribeiro diz que deve ser encarado como um investimento de longo prazo. Segundo ele, as operações de curtíssimo prazo destinam-se apenas a especialistas, que realizam negócios de alto risco.
O presidente do Banco das Nações S/A diz que já obteve bons resultados com ações, em operações de longo prazo.
Ele afirma que durante dez anos aplicou todos os seus recursos na compra de ações do Bamerindus. Ele era diretor do banco e montou um plano de investimento mensal, com reaplicação de dividendos.
A operação deu resultado com o crescimento do Bamerindus e ele utilizou os recursos da aplicação para estabelecer sua própria instituição financeira, com capital inicial de US$ 5 milhões e voltada para empréstimos a médias e grandes empresas, operações estruturadas e atuação na área de fusões e aquisições.
Ribeiro acha que os juros devem cair. Com isso, diz, o volume de financiamentos a longo prazo para o consumidor vai crescer. Ele lembra com saudades do ano de 1973, quando comprou um automóvel em 36 prestações mensais de valor fixo.
Para o executivo, o Plano Real é consistente e está no rumo certo. Ele acredita no sucesso do programa econômico por várias razões: está ancorado em reservas cambiais elevadas; na capacidade ociosa industrial de 25%, o que elimina a necessidade de pesados investimentos; no aumento da produtividade industrial, que cresceu 33% de 1991 a 1993; na capacidade de exportação de nossos produtos; na safra agrícola recorde e nos preços favoráveis das commodities.
Ribeiro lembra ainda que o preço do café disparou, o que deve ajudar na balança comercial.
Avaliando os primeiros dias do Plano Real, o banqueiro diz que houve um comportamento maduro, tanto por parte da população quanto do governo.
Para ele, o país conseguiu o ajuste fiscal através do Fundo de Emergência Social, equacionando as suas contas até o próximo ano.

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