São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Preço alto, inflação baixa
DEMIAN FIOCCA A experiência dos planos econômicos passados pode criar a expectativa de que a inflação tenha em julho uma queda brusca e depois volte a subir mês a mês.Mas não é isso o que provavelmente ocorrerá. Mantido o atual desenho do plano, a inflação de um mês não será automaticamente compensada no mês seguinte. Pois salários, tarifas públicas e a taxa de câmbio ficarão praticamente fixos. Desse modo, à exceção das aplicações financeiras –que continuam a valorizar diariamente– deixa de existir o mecanismo de "acompanhar a inflação". Os preços que subiram ontem continuarão altos no futuro, se apenas mantiverem seu valor. Como a corrida geral dos preços e salários está parada de um dos lados, cada aumento adicional faz o produto ficar ainda mais caro. Por isso, eles devem subir cada vez menos. Para liderar uma corrida é necessário ir cada vez mais rápido. Mas, quando todos estão parados, basta dar um passo, e ali ficar, para manter-se na frente. Pelo menos até as eleições, o governo tem capacidade para manter as tarifas e a taxa de câmbio fixas. Altas taxas de juros e alguma recessão completam um quadro no qual é muito difícil a inflação subir. Texto Anterior: A estabilização ainda não está garantida Próximo Texto: Poupança garante rentabilidade de 32,72% Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |