São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
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Ajuda não deve ser marketing

DENISE CHRISPIM MARIN
DA REPORTAGEM LOCAL

A filantropia quase sempre esbarra no marketing dos produtos da empresa. Corre ainda o risco de ser compreendida como tática para a obtenção de incentivos fiscais.
Segundo Antonio Carlos Martinelli, do Instituto C&A, as organizações devem se precaver para impedir esse tipo de associação.
"Nunca vamos fazer uma campanha para arrecadar agasalhos usados em troca de desconto na compra de novos nas lojas da rede", exemplifica.
"Não podemos confundir filantropia empresarial com as estratégias de patrocínios e promoções da empresa", completa.
Apesar disso, o professor Michael Paul Zeitlin, da Eaesp-FGV, pondera que toda ajuda social de uma organização tem reflexos em sua imagem.
Dessa forma, desastres podem ser evitados se a ação filantrópica da empresa for compatível com sua postura no mercado.
Uma indústria poluidora que patrocine programas de profissionalização de adolescentes, por exemplo, provavelmente não conseguirá mudar sua imagem negativa junto à população.
Melhores resultados serão obtidos se ela acabar com a emissão de poluentes e apoiar grupos ecológicos. "Os consumidores esperam atitudes coerentes por parte das empresas" afirma Zeitlin.
(DCM)

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