São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
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Profissionalização tira crianças das ruas

DENISE CHRISPIM MARIN
DA REPORTAGEM LOCAL

Os programas de profissionalização de adolescentes carentes –e até em risco de marginalização– têm recebido atenção especial de empresas voltadas à filantropia.
Em Goiânia, o Instituto C&A firmou parceria com o Centro de Estudos e Pesquisas de Promoção Social (Cepros) para destinar US$ 40 mil a uma fábrica-escola para 13 meninos, de 14 a 18 anos.
Retirados das ruas na cidade, eles foram para uma residência-piloto, onde aprenderam a conviver em família, desenvolveram a fala e iniciaram os estudos.
Depois de três meses, começaram a trabalhar na pequena fábrica de sapatos e, com ajuda de um profissional da área, aprenderam a lidar com máquinas, couro e cola.
"Quando chegaram aqui, todos costumavam cheirar cola", lembra Alaís Ávila Vasconcelos, 48, presidente do Cepros.
A capacidade de produção da fábrica é de 150 pares por dia. Todos trabalham quatro horas diárias e recebem 70% do salário mínimo.
O primeiro grupo de adolescentes, que continua na fábrica, já alugou uma casa e deu lugar na residência-piloto a outros 14.
Em São Paulo, uma das iniciativas é a Fundação Casa do Pequeno Trabalhador, mantida pelas fundações Abrinq (Associação dos Fabricantes de Brinquedos) e Bolsa de Valores de São Paulo.
Ela oferece cursos gratuitos de profissionalização para adolescentes carentes nas áreas de serigrafia e artefatos plásticos e prepara auxiliares de escritório.
Atualmente, 170 jovens de 14 a 17 anos frequentam os cursos, de até seis meses. Na serigrafia, trabalham quatro horas diárias e ganham 50% do salário mínimo.
No final do curso, têm ainda orientação sobre como se portar em entrevistas de admissão e como funcionários nas empresas.
Segundo Regina Célia Gonçalves Serralvo, 31, coordenadora pedagógica, cerca de 60% dos adolescentes conseguem colocação no mercado de trabalho.
(DCM)

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