São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
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Da atual seleção, poucos estarão em 98

DA ATUAL SELEÇÃO, POUCOS ESTARÃO EM 98

Idade crítica e condição técnica dos 22 de agora limitam as chances da maioria nas próximas convocações
Mesmo se conquistarem o título mundial, hoje, no Rose Bowl, poucos dos atuais 22 eleitos de Parreira têm algum futuro na seleção brasileira.
E apenas dez podem sonhar com a próxima Copa do Mundo, em 1998, na França.
Desses dez, levando-se em conta a idade, só seis podem, mais do que sonhar, apostar: Cafu, Márcio Santos, Leonardo, Mauro Silva, Paulo Sérgio, Viola e Ronaldo.
Os quatro restantes estarão, em razão das respectivas posições, em idades críticas daqui a quatro anos: Ronaldão (terá 33 anos), Romário (32), Aldair (32) e Mazinho (31).
Ainda em relação à idade, devem-se considerar fora da próxima Copa os três goleiros (o mais moço, Taffarel, terá 32 anos), Ricardo Rocha (37), Branco (34), Bebeto (34), Dunga (34), Raí (33), Jorginho (33), Muller (32), Mazinho (31) e Zinho (31).
Mas a parte técnica é tão ou mais importante quanto a cronológica.
Com Carlos Alberto Parreira deixando o comando da seleção brasileira logo após a Copa, independentemente do resultado de hoje, alguns de seus "favoritos" não devem olhar com muito otimismo sequer para os dois amistosos que a seleção fará ainda este ano.
O futuro técnico pode pensar diferente. E ter seus próprios "favoritos".
Um exemplo é Taffarel. Seus 32 anos não seriam, necessariamente, idade avançada para um goleiro, mas não há dúvida de que a condição de "favorito" de Parreira fez dele um titular tão absoluto, mesmo quando fora de forma.
Os quatro que estarão em idades críticas em 1998 podem, todos, pensar numa convocação este ano, mas terá Romário, o mesmo pique de dez metros daqui a quatro anos? Aldair e Mazinho continuarão os mesmos? Terá Ronaldão sobrevivido à sua experiência japonesa?
O Japão entra na história de forma muito peculiar. Até aqui, os jogadores que foram para lá "erguer" o futebol local, eram craques brasileiros semi-aposentados. Zico, por exemplo. Ou Careca.
Com a ida para o Japão do jovem Leonardo, meses depois do ainda jovem Ronaldão, o futebol japonês deixou claro que a Copa do Mundo de 2002 é mais do que um projeto ambicioso.
A grande festa do futebol certamente será lá –a primeira em solo oriental.
E os craques de seleção brasileira que começam ir talvez insinuem que, daqui para frente, o futuro treinador da seleção brasileira vai ter que buscar mais longe os seus "estrangeiro".

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