São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994 |
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DUELO FINAL
MELCHIADES FILHO
O brasileiro ganhou a antipatia dos torcedores ao impor, a partir das eliminatórias para o Mundial, um sistema de jogo cauteloso. Parreira descartou a opção de três atacantes e engessou o esquema tático num 4-4-2 com dois meias defensivos (volantes). Seu argumento: a falta de tempo para testar opções mais ofensivas. As críticas se multiplicaram nos jogos contra Suécia, na primeira fase, e EUA, nas oitavas-de-final. O time pouco arriscou naqueles jogos. Dependeu, para se classificar, de rompantes individuais dos atacantes Romário e Bebeto (8 dos 11 gols da seleção no torneio). O Brasil ainda vive uma espécie de anemia no meio-campo, pouco criativo. Mas o 4-4-2 mostrou-se eficaz num torneio em que não errar é o segredo para vencer. Curiosamente, também foi com uma variante do 4-4-2 que Sacchi encontrou o sossego. O italiano tem personalidade diferente da de Parreira. É uma espécie de alquimista do futebol. Não tem medo de experimentar. Nesta Copa, por exemplo, a Itália entrou em campo com uma escalação diferente a cada jogo. Exemplos da ousadia de Sacchi: contra a Noruega, na primeira fase, foi sacada da equipe sua maior estrela, Roberto Baggio; nos últimos dois jogos, o atacante Signori, artilheiro italiano nas últimas duas temporadas, ficou na reserva. Somada ao fanatismo dos torcedores, essa inconstância detonou críticas da imprensa. A trégua só ocorreu nas quartas-de-final, quando a seleção assentou-se num 4-4-2. O time chegou à final –e as maluquices do treinador foram esquecidas. Esta será a 5ª vez que brasileiros e italianos se enfrentam em Copas. Cada seleção tem duas vitórias. Foram dois os jogos mais dramáticos. Em 1970, o Brasil levou o título ao vencer por 4 a 1. Em 1982, a Itália despachou o futebol-espetáculo da equipe de Telê Santana por 3 a 2. Por isso, o embate de hoje ganha os contornos de um tira-teima entre os dois times tricampeões. Texto Anterior: Jogadores fazem compras nos EUA Próximo Texto: DUELO FINAL Índice |
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