São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
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Dino Zoff foi quem mais defendeu o gol da Itália

SÍLVIO LANCELLOTTI
DO ENVIADO A LOS ANGELES

Gianluca Pagliuca é o típico arqueiro italiano. Para cada nove momentos de fulgor, destrói o time com um lance de pedantismo ou de estupidez.
Aconteceu assim com inúmeros "portieri" excepcionais desde o início da legenda da "Azzurra" de Vittorio Pozzo, no bi de 34 e 38.
Naqueles idos, dividiam a meta da Bota o elegante Giampiero Combi e o imponente Aldo Olivieri - que alternavam acrobacias portentosas e fracassos comovedores.
No Brasil/50, se arruinou o voador Bepi Moro, que não passou de cinco pelejas defendendo seu time.
Então se sucederam Giovanni Viola (11), Lorenzo Buffon (15) e Giorgio Ghezzi (6), além de revelações como Carlo Mattrel (duas), todos eles detonados por erros imperdoáveis.
Em seis décadas, o primeiro goleiro a passar dos trinta jogos, Ricky Albertosi, vice do planeta em 70, encerrou sua carreira entre algemas, num escândalo de corrupção, o "totonero".
Seu sucessor direto, Dino Zoff, foi um dos mais presentes na "Azzurra", 112 jogos –e dele se lembra a cena da conquista da Copa de 82. No seu currículo, porém, sobram as falhas, como os dois gols que levou contra a Holanda em 78.
Seu herdeiro, Giovanni Galli (19), sacrificou a "Azzurra" no certame de 86. E os "tifosi" não perdoam Walter Zenga (58) pela grotesca saída que redundou na cabeçada de Caniggia em 90.
Depois de muita briga pela camisa titular, Pagliuca aceitou um chute morno do irlandês Roy Houghton na estréia da Copa.
Acabou expulso na pugna seguinte, diante da Noruega. Depois, salvou o time frente a Espanha e nem precisou suar com a Bulgária.
Hoje, contra o Brasil, realiza a sua aparição de número 27.
(SL)

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