São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
Texto Anterior | Índice

Equipe de 82 trouxe esperança

ALBERTO HELENA JUNIOR
DO ENVIADO A LOS ANGELES

O tetra se iluminou quando Telê assumiu a seleção para a Copa de 82. Escolhido por mérito, votado até em todas as pesquisas de opinião pública, Telê queria um time que fosse, ao mesmo tempo, competitivo e desse espetáculo.
E os jogadores de que dispunha permitiam-lhe sonhar com o tetra de ouro. Lá estava, talvez, o mais seleto grupo reunido numa seleção brasileira, incluindo-se as campeãs: Leandro, Júnior, Cerezo, Falcão, Zico, Sócrates, Eder, todos em plena forma e praticando um futebol encantador e eficiente.
Esse time, pouco antes da Copa, foi à Europa, enfrentou França, Inglaterra, Itália e Alemanha, e, pela primeira vez na história do futebol brasileiro, voltou invicta.
Entrou na Copa e seguiu adiante, goleando a todos e dando show. Os europeus curvavam-se diante daquela máquina maravilhosa e já nos davam o tetra de antemão.
Até que a fatalidade nos colocasse diante de uma Itália humilhada e desesperançada naquela fatídica tarde em Sarriá. O empate nos levaria às semifinais. Perdemos de 3 a 2.
Mas fizemos tão bela figura que, depois de uma série de experiências desastrosas –inclusive com Parreira– nos quatro anos que separaram a Copa do México em 86 que, na reta final, Telê foi novamente aclamado técnico.
Desta vez, porém, nem competição, nem arte. Vacilante entre uma geração que se despedia dos campos –a mesma que encantara o mundo quatro anos antes– e uma nova que surgia com Muller, Valdo, Careca e companhia, Telê optou por uma inadequada combinação das duas.
Foi apenas mais um passo no calvário do tetra.
(AHJr)

Texto Anterior: Sonho com o tetra 'amarela' em 20 anos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.