São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
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Promotores confirmam renúncia; Itália solta acusados de corrupção

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os principais promotores da Operação Mãos Limpas pediram oficialmente desligamento ontem, três dias após o governo italiano apresentar decreto que diminuiu os poderes dos investigadores.
Entre os que saem estão Antonio di Pietro –que se tornou "herói nacional" no país por causa das investigações anticorrupção–, Piercamillo Davigo, Francesco Greco e Gherardo Colombo.
A decisão dos promotores foi um endurecimento de sua posição. Eles já haviam pedido transferência para outros cargos.
O prêmie italiano, Silvio Berlusconi, disse lamentar a decisão. "Não acho correto chegar ao ponto de entregar uma renúncia."
Mas ele reafirmou sua disposição de não alterar o decreto. "Serei o primeiro a pedir emendas –não restringindo o direito à liberdade, mas aumentando-o".
O decreto impede a prisão preventiva de suspeitos de corrupção, mesmo sem acusação formal. Cerca de 2.000 pessoas serão benefeciadas com a troca do encarceramento por prisão domiciliar.
Ontem, mais centenas de presos foram libertados em todo o país.
Um dos primeiros a deixar a prisão foi o ex-ministro da Saúde Francesco de Lorenzo, detido desde maio. Manifestantes em frente ao presídio Poggioreale, em Nápoles, gritavam "Ladrão, ladrão".
A prisão preventiva foi a principal arma dos magistrados contra o escândalo de corrupção "Tangentopoli" (cidade das propinas).
O decreto está em vigor desde quarta-feira e tem 60 dias para ser votado no Parlamento.

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