São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
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Ação diplomática levou à economia

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

Hoje deputado federal pelo PPR-RJ, Roberto Campos, 77 anos, tem uma longa carreira no serviço público. É um dos economistas mais respeitados do país, embora tenha chegado à economia por puro acaso.
Quando entrou para a carreira diplomática, Campos tinha formação humanista, estudioso de filosofia e teologia. Mas, ele conta: "Sempre me designavam para o setor de secos e molhados", designação depreciativa que se atribuía ao setor econômico.
Campos resolveu começar a estudar economia à noite. "Foi muita sorte", conta, "porque quando apareceu a diplomacia econômica eu era o único funcionário do Itamaraty habilitado".
Diplomata, embaixador, diretor do BNDES, teve seu ápice como ministro do Planejamento do governo Castello Branco (1964-67).
Em dobradinha com Octávio Gouvêa de Bulhões, comandou um programa de estabilização e uma profunda reforma no setor público brasileiro, ambos bem-sucedidos.
Conservador, voz isolada no período em que prevaleceu um pensamento econômico social-democrata, Campos sente-se reconfortado com a supremacia das idéias de redução do Estado, privatização e ortodoxia monetária. Mas não muito feliz. Acha que se perdeu tempo para se chegar lá.
Os críticos dizem que ele estava certo na hora errada.
(CAS)

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